Líderes europeus e britânicos já consideram Brexit sem acordo
Negociações estão travadas e nenhuma das partes quer ceder; prazo para continuar conversas é domingo
As lideranças europeias e britânicas já admitem que um Brexit sem acordo é mais provável que nunca. Na quinta-feira 10, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que as chances de isso acontecer são cada vez maiores, enquanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou nesta sexta-feira, 11, afirmou que este é o caminho mais provável para seu país.
As negociações para um pacto econômico entre as duas partes estão bloqueadas por posições conflituosas em três temas: o acesso europeu às zonas de pesca britânicas, normas de concorrência para acesso ao mercado único e a gestão legal da futura relação, em especial o mecanismo de solução de divergências. Mesmo com as conversas congeladas, o divórcio do Reino Unido com a União Europeia chegará ao fim em 31 de dezembro.
“Parece muito, muito provável que teremos que optar por um Brexit sem acordo. Acho que seria maravilhoso para o Reino Unido e que poderíamos fazer exatamente o que queremos a partir de 1º de janeiro, mas seria algo diferente do que havíamos proposto”, afirmou Johnson nesta sexta-feira.
Durante uma reunião com os governantes dos 27 países da União Europeia na quinta, Leyen apresentou um panorama do estado das negociações, e advertiu que há “mais probabilidades” de que não aconteça um acordo.
Entretanto, para tentar salvar o pacto, a presidente da Comissão Europeia mencionou que há a possibilidade de uma reunião com Johnson no sábado, 12. No entanto, no domingo será decidido se o bloco e o Reino Unido continuarão as negociações até o dia 31.
Sem um acordo, a partir de 1º de janeiro as relações comerciais entre Reino Unido e União Europeias serão administradas pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), um cenário de consequências econômicas imprevisíveis que inclui tarifas e cotas que nunca existiram entre as nações.
Lojistas britânicos, por exemplo, temem um rompimento na linha de abastecimento do país, uma vez que será uma incógnita como os produtos irão entrar no país, como serão fiscalizados e taxados.