Moscou, 12 dez (EFE).- O líder da Transnístria, Igor Smirnov, contestou nesta segunda-feira os resultados das eleições presidenciais realizadas no último domingo nesta região separatista moldávia, o qual poderia deixar o candidato à reeleição fora do segundo turno.
A Comissão Eleitoral Central (CEC) informou que estudará o recurso apresentado por Smirnov, que está no poder desde a queda da União Soviética em 1991. Segundo a imprensa russa, a decisão da CEC será anunciada somente na quarta-feira.
Após 80% da apuração dos resultados eleitorais, o ganhador das eleições na Transnístria seria Yevgueni Shevchuk, com 39% dos votos. Já o segundo lugar ficaria entre Smirnov (25,5%) e o presidente do Parlamento separatista, Anatoli Kaminski, que teria alcançado 27,7%.
‘Estamos esperando a apuração em Ribniza, que nos dará os resultados finais’, disse Maria Melnik, secretária da CEC. Os resultados do pleito serão anunciados ainda nesta segunda-feira.
A CEC não confirmou as porcentagens de votos obtidos, porém, os partidários de Shevchuk, ex-presidente do Parlamento, já proclamaram a vitória de seu candidato nesta segunda-feira.
No entanto, a única pesquisa de boca de urna autorizada pela CEC, divulgada na noite do último domingo, aponta a vitória de Smirnov com mais de 47% dos votos, enquanto Kaminski, o candidato apoiado pela Rússia, ficaria de fora do segundo turno.
No caso de nenhum dos candidatos superarem os 50% dos sufrágios, os dois mais votados entram na disputa do segundo turno.
As eleições foram declaradas como válidas pela CEC na madrugada desta segunda-feira, já que o pleito obteve participação de 56,65% do censo eleitoral e superou os 50% exigido pela Constituição.
Smirnov, que dirigiu a Transnístria desde a separação da Moldávia, espera que a Rússia reconheça a independência do Estado e, por isso, é considerado pelo Kremlin como um obstáculo para a resolução deste conflito.
Convidado pelo Kremlin para debaterem a necessidade de uma mudança de liderança na Transnístria, Smirnov rejeitou o convite e, em um claro desafio, apresentou sua candidatura à reeleição.
Já o candidato apoiado pela Rússia, Anatoli Kaminski, de 61 anos, recebeu até a permissão para usar a imagem do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, durante sua campanha eleitoral.
A Transnístria, região de maioria russa e ucraniana, rompeu os laços com a Moldávia após um conflito armado (1992-1993), o qual contou com ajuda da Rússia. EFE