Líder islamita de Bangladesh é condenado por crimes de guerra
Ghulam Azam, culpado de assassinato e tortura, permanecerá preso até morrer
O líder espiritual do maior partido islamita de Bangladesh foi declarado culpado nesta segunda-feira de crimes de guerra durante a luta pela independência do país contra o Paquistão em 1971. Ghulam Azam foi condenado a 90 anos de prisão por assassinato e tortura.
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Na época líder do partido Jamaat-e-Islami, Azam, de 90 anos, foi acusado pelo Tribunal Internacional de Crimes (TIC) de Bangladesh de ter apoiado o exército paquistanês para criar as milícias suspeitas da morte de 3 milhões de pessoas. “Azam foi condenado a 90 anos de prisão, ou seja, até sua morte”, afirmou o promotor Sultan Mahmud.
A acusação comparou Azam a Adolf Hitler pelo papel de “guia” nos massacres durante a violenta guerra de independência, que terminou com a criação do estado de Bangladesh, até então uma província do Paquistão. Azam foi apresentado como o “cérebro” do assassinato de intelectuais. Muitos deles foram encontrados poucos dias depois do fim da guerra em um pântano nas proximidades de Dacca, com os olhos vendados e as mãos amarradas.
O advogado de Azam, Tajul Islam, alega que as acusações contra seu cliente se basearam em informações da imprensa que citam discursos pronunciados durante a guerra. “A acusação falhou completamente por não apresentar provas que fundamentem as acusações”, disse. O Tribunal Internacional de Crimes foi criado em março de 2010 pelo governo, que considera os julgamentos necessários para cicatrizar as feridas da guerra de independência.
(Com agência France-Presse)