Nesta sexta-feira, 29, data das eleições da Irlanda, a líder do partido Social-Democrata, Holly Cairns, deu à luz uma menina. A notícia foi compartilhada pela própria deputada nas redes sociais com uma foto com sua filha recém-nascida, acompanhada da legenda: “Ela está aqui”. A política de 35 anos concorre à reeleição pelo distrito de Cork, no sudoeste do país.
O partido Social-Democrata, embora seja apenas o quarto mais popular, com cerca de 6% de apoio entre os eleitores, se posiciona como uma força crescente na política irlandesa. Cairns permaneceu à frente da legenda durante a gravidez, mas seu vice-líder, Cian O’Callaghan, a representou em vários eventos pré-eleitorais, incluindo um debate televisionado nacionalmente.
Jennifer Whitmore, colega de partido e também deputada, declarou em uma entrevista que é preciso criar condições mais favoráveis para a participação feminina na política.
“As mulheres têm bebês, e temos que apoiá-las se quisermos que mais mulheres concorram (às eleições)“, declarou.
Eleições na Irlanda
Os irlandeses vão às urnas nesta sexta-feira, 29, em eleições legislativas acirradas, nas quais os três principais partidos disputam a preferência dos eleitores após uma campanha relâmpago dominada pelos temas de crise da no setor de habitação e pela alta no custo de vida, cenário em que a inflação pesa no bolso do consumidor.
O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, do partido Fine Gael, de centro-direita, convocou eleições antecipadamente depois da aprovação de um orçamento de 10,5 bilhões de euros (cerca de R$ 66,5 bilhões). O pacote começou a aliviar a situação econômica do país durante a campanha, e foi possibilitado devido aos bilhões de euros de impostos recolhidos de multinacionais estrangeiras instaladas em solo irlandês.
Uma pesquisa de opinião divulgada na quarta-feira 27 colocou o Fine Gael com 20% das intenções de voto, empatado com o Sinn Féin (braço político do antigo IRA, o Exército Republicano Irlandês, que lutava contra o Reino Unido) e logo atrás de seu principal parceiro de coalizão, o Fianna Fail, com 21%.
Um resultado semelhante em 2020 levou os dois partidos de centro-direita a governar sem os centro-esquerdistas do Sinn Féin, e eles reforçaram a promessa de fazê-lo novamente desta vez. O Sinn Féin nunca governou a Irlanda.