Um dia após alcançar um resultado histórico nas eleições alemãs, Frauke Petry, a líder do partido da extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), declarou que não irá compor a bancada da legenda no Bundestag, o Parlamento alemão. No pleito deste domingo, a sigla conquistou cerca de 13% dos votos e com esse resultado será a terceira maior força política em Berlim.
O anúncio, feito em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, pegou a todos de surpresa, inclusive os próprios companheiros partido. “Hoje, devemos ser claros sobre as divisões internas no AfD e não devemos ficar em silêncio sobre essa questão”, disse Petry. “A comunidade precisa saber que temos debates internos controversos”.
Jörg Meuthen, uma das lideranças do AfD ao lado de Petry, disse que não estava ciente da decisão de sua companheira de sigla, a qual classificou como “bombástica”, e disse “não aprovar esse comportamento”. “Isso não chegou a ser discutido internamente, não sabíamos nada a respeito”, comentou.
Apesar de deixar o AfD, a candidata anunciou que não irá abandonar sua cadeira no Bundestag. Ela conquistou uma vaga no parlamento como representante da região da Saxônia, e pretende exercer seu termo na condição de independente.
Divisões
O rompimento de Petry com o AfD demonstra as divisões internas do partido. A co-líder da legenda, que fazia parte de sua ala mais moderada, defendia o reposicionamento da sigla, pregando visões mais pragmáticas e realista de suas políticas com o objetivo de entrar em um governo de coalizão. Meuthen e os principais nomes do AfD, por sua vez, sempre foram contrários à essa visão, e, agora no Parlamento, prometem ir de encontro às políticas de Angela Merkel em Berlim.