Um dos advogados de Aisha Kadhafi, filha do ex-líder líbio Muamar Kadhafi, afirmou nesta quarta-feira que enviou uma carta ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) para saber se a entidade investiga a morte do ex-presidente líbio e de seu irmão Muatasim.
“Aisha quer saber se o procurador Luis Moreno Ocampo investiga essas mortes” e, caso contrário, quer saber a razão por não fazê-lo, declarou à AFP Nick Kaufman, advogado da filha de Kadhafi.
Muamar Kadhafi, assim como seu filho Muatasim, morreram em 20 de outubro em Sirte quando estavam sob a custódia de rebeldes líbios.
“Segundo as informações das quais disponho, Muamar Kadhafi e Muatasim Kadhafi foram capturados vivos em um momento em que não representavam uma ameaça para ninguém”, afirmou o advogado em uma carta dirigida ao procurador e da qual a AFP obteve uma cópia.
“Foram portanto assassinados da forma mais horrível e seus corpos foram exibidos e abusados de forma grotesca”, constinuou, referindo-se a “mortes brutais”.
Em 27 de junho, o TPI emitiu uma ordem de prisão contra Muamar Kadhafi, suspeito de crimes contra a humanidade cometidos a partir de 15 de fevereiro durante a repressão à revolta na Líbia.
Outro dos filhos de Muamar Kadhafi, Saif al Islam, preso em 19 de novembro no sul da Líbia por tropas dos ex-rebeldes, e o ex-chefe dos serviços de inteligência, Abdullah al Senusi, cuja prisão ainda não foi confirmada, também tinham uma ordem de captura do TPI pelas mesmas suspeitas.
Contatada pela AFP, a porta-voz da procuradora do TPI, Florence Olara, não pôde informar se o procurador recebeu a missiva.
Os casos que se referem à Líbia competem ao TPI em virtude de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 26 de fevereiro.
Aisha, seus irmãos Mohammed e Hanibal, sua mãe Safiya e diversos membros da família, sobretudo crianças, foram autorizados no fim de agosto a entrar na Argélia por “razões estritamente humanitárias”, segundo Argel.