Um acidente de ônibus na Coreia do Norte deixou 36 pessoas mortas, sendo 32 chineses e quatro norte-coreanos, além de ferir outros dois chineses no último domingo. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou na segunda-feira (23) suas “profundas condolências” pelo acidente e visitou as duas vítimas feridas no hospital, informou a imprensa estatal.
Em um boletim de notícias pouco frequente na Coreia do Norte, onde habitualmente as notícias ruins não são divulgadas pela imprensa, a agência estatal KCNA informou que Kim se reuniu com o embaixador chinês na segunda-feira.
O jornal Rodong Sinmun, publicação do partido único que governa o país, publicou uma foto de Kim na primeira página e detalhou a visita ao hospital. Em outras fotografias, o dirigente norte-coreano aparece com roupas de médico e cumprimentando os feridos.
Apesar de muito comum em outros países, este é um cenário pouco habitual para Kim, que geralmente aparece em cerimônias muito formais ou em visitas a fábricas ou a bases do exército.
“Ele disse que o inesperado acidente trouxe uma amarga tristeza a seu coração e que não poderia controlar sua dor ao pensar nas famílias que perderam seus parentes”, afirmou a KCNA. De acordo com a agência, o líder afirmou que seu povo “tomou este trágico acidente como se fosse uma tragédia própria”.
“Trabalhamos estreitamente com a Coreia do Norte para determinar as causas do acidente”, afirmou Lu Kang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
A agência oficial de notícias da China informou na segunda-feira que o ônibus dos turistas caiu de uma ponte no domingo. O canal estatal chinês CCTV difundiu imagens de um grande veículo tombado e cercado por veículos de emergência e um médico atendendo um ferido, mas não precisou a procedência das imagens.
A grande maioria dos turistas estrangeiros que visita a Coreia do Norte é de chineses, já que ambos os países mantêm vínculos desde a Guerra Fria, compartilham uma extensa fronteira terrestre e possuem voos entre Pyongyang e várias cidades chinesas.
De acordo com fontes chinesas, o acidente aconteceu na província de Hwanghae Norte, ao sul da capital norte-coreana e perto da fronteira com a Coreia do Sul. A região inclui a cidade de Kaesong, famosa por seus pitorescos bairros antigos, e abriga uma vasta zona industrial intercoreana, onde as fábricas sul-coreanas empregam trabalhadores do Norte.
Seul havia fechado essa área em 2016 em resposta a um novo teste nuclear de Pyongyang.
(Com AFP)