Kim Jong-un ameaça usar armas nucleares contra EUA e Coreia do Sul
Em meio à crise econômica, o líder norte-coreano intensifica a retórica bélica para angariar apoio popular
![This picture taken on March 24, 2022 and released from North Korea's official Korean Central News Agency (KCNA) on March 25, 2022 shows North Korean leader Kim Jong Un (C) walking near what state media report says a new type inter-continental ballistic missile (ICBM), Hwasongpho-17 of North Korea's strategic forces before its test launch in an undisclosed location in North Korea. (Photo by various sources / AFP) / South Korea OUT / ---EDITORS NOTE--- RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO/KCNA VIA KNS" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS / THIS PICTURE WAS MADE AVAILABLE BY A THIRD PARTY. AFP CAN NOT INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, LOCATION, DATE AND CONTENT OF THIS IMAGE --- /](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/000_326V3KK.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, alertou nesta quinta-feira, 29, que está pronto para usar suas armas nucleares em potenciais conflitos militares com os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Segundo ele, esses rivais estão produzindo uma retórica que está levando a península coreana à beira da guerra.
Sua fala, divulgada pela mídia estatal, ocorreu durante um discurso aos veteranos de guerra no 69º aniversário do fim da Guerra da Coreia de 1950-53. Seu intuito era, aparentemente, gerar um sentimento de maior união dentro do país em crise econômica.
Não é a primeira vez que Kim ameaça seus rivais com armas nucleares. No entanto, analistas dizem ser improvável que seu primeiro alvo sejam os Estados Unidos, de poderio militar altamente superior ao norte-coreano.
“Nossas forças armadas estão completamente preparadas para responder a qualquer crise, e o dissuasor de guerra nuclear de nosso país também está pronto para mobilizar seu poder absoluto com obediência, precisão e rapidez de acordo com sua missão”, disse Kim, segundo publicou a Agência Central de Notícias nesta quinta-feira.
O líder acusou os Estados Unidos de “demonizar” a Coreia do Norte para justificar suas políticas hostis. Kim disse que os exercícios militares regulares entre os americanos e a Coreia do Sul destacam uma política de “dois pesos, duas medidas” dos Estados Unidos e aspectos “semelhantes a gângsteres”, com provocações ou ameaças.
Kim também alegou que o novo governo sul-coreano do presidente Yoon Suk Yeol é liderado por “maníacos por guerra” e “gângsteres”. Desde que assumiu o cargo em maio, o governo Yoon fortaleceu a aliança militar de Seul com os Estados Unidos e reforçou sua própria capacidade de neutralizar ameaças nucleares norte-coreanas, incluindo uma capacidade de ataque preventivo.
“Falar sobre ação militar contra nossa nação, que possui as armas absolutas que eles mais temem, é absurdo e é uma ação suicida muito perigosa”, disse Kim. “Uma tentativa tão perigosa será imediatamente punida por nossa força poderosa e o governo Yoon Suk Yeol e seus militares serão aniquilados.”
A Coreia do Sul expressou “profundo pesar” pela ameaça de Kim e disse que mantém prontidão para lidar com qualquer provocação da Coreia do Norte de “uma maneira poderosa e eficaz”. O governo instou Kim a retornar às negociações para tomar medidas em direção à desnuclearização.
Em abril, as forças armadas de Kim testaram mísseis nucleares capazes de cobrir a distância até o continente dos Estados Unidos e a Coreia do Sul.
A retórica faz parta de uma estratégia de Kim para aumentar seu apoio popular, já que a economia do país foi prejudicada por paralisações nas fronteiras relacionadas à pandemia, sanções lideradas pelos Estados Unidos e sua própria má gestão. Em maio, a Coreia do Norte também admitiu seu primeiro surto de Covid-19, embora os dados de mortes e infecções sejam contestados pela comunidade internacional.
Nesta quinta-feira, a Coreia do Norte disse que registrou 11 casos de febre, uma grande queda em relação ao pico de cerca de 400.000 por dia em maio. O país rejeitou as ofertas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para o envio de vacinas equipamentos médicos. O governo de Kim disse que não fará negócios com os Estados Unidos a menos que abandone as sanções econômicas e os exercícios militares com a Coreia do Sul.
![Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 16 de setembro de 2017 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-Un inspecionando um exercício de lançamento do foguete balístico estratégico de médio e longo alcance Hwasong-12 em um local não revelado Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 16 de setembro de 2017 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-Un inspecionando um exercício de lançamento do foguete balístico estratégico de médio e longo alcance Hwasong-12 em um local não revelado](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-UN0Q9.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![O líder norte-coreano Kim Jong-Un com um par de binóculos para olhar para o sul durante sua visita ao Destacamento de Defesa da Ilhota Jangjae, perto da fronteira com a Coreia do Sul, a sudoeste de Pyongyang, 07/03/2019. O líder norte-coreano Kim Jong-Un com um par de binóculos para olhar para o sul durante sua visita ao Destacamento de Defesa da Ilhota Jangjae, perto da fronteira com a Coreia do Sul, a sudoeste de Pyongyang, 07/03/2019.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-COREIA-DO-NORTE-2013-65.jpg?quality=90&strip=info&w=895&w=636)
![Imagem divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 28 de maio de 2019 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-Un assistindo ao teste de um novo sistema de armas guiadas antiaéreas. Imagem divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 28 de maio de 2019 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-Un assistindo ao teste de um novo sistema de armas guiadas antiaéreas.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-MISSIL-TESTE-2017-644.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Ativistas sul-coreanos gritam slogans com cartazes mostrando retratos do líder norte-coreano Kim Jong-Un durante uma manifestação denunciando o teste da bomba de hidrogênio da Coreia do Norte, em Seul em 7 de janeiro de 2016. Ativistas sul-coreanos gritam slogans com cartazes mostrando retratos do líder norte-coreano Kim Jong-Un durante uma manifestação denunciando o teste da bomba de hidrogênio da Coreia do Norte, em Seul em 7 de janeiro de 2016.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-PROTESTOS-NUCLEAR.jpg?quality=90&strip=info&w=831&w=636)
![Desfile militar em Pyongyang em 15 de abril de 2019. O líder norte-coreano Kim Jong-Un faz uma demonstração de força com as tensões aumentando sobre suas ambições nucleares. Desfile militar em Pyongyang em 15 de abril de 2019. O líder norte-coreano Kim Jong-Un faz uma demonstração de força com as tensões aumentando sobre suas ambições nucleares.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-COREIA-NORTE-PARADA-MILITAR-2017-907.jpg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![O líder norte-coreano Kim Jong Un assiste ao teste de tiro de um míssil balístico submarino estratégico foto divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em Pyongyang em 9 de maio de 2019. O líder norte-coreano Kim Jong Un assiste ao teste de tiro de um míssil balístico submarino estratégico foto divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em Pyongyang em 9 de maio de 2019.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/KIM-JONG-UN-3.jpg?quality=90&strip=info&w=919&w=636)