Depois de quase quatro meses de combates, o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, está pronto para estabelecer uma trégua com os rebeldes. A notícia foi dada por Jacob Zuma, presidente da África do Sul, que, nesta segunda-feira, reuniu-se com o ditador líbio para tentar mediar um acordo de paz. As condições impostas por Kadafi, entretanto, mostram que, mais uma vez, o cessar-fogo vai ficar só no discurso.
A renúncia do ditador, principal exigência rebelde, nem sequer foi citada por Zuma. O sul-africano disse apenas que Kadafi está disposto a aceitar o “mapa do caminho” da União Africana para encerrar todos os ataques, incluindo os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que apoia a rebelião. O acordo proposto pela UA, contudo já havia sido rejeitado pelos rebeldes em abril, justamente por não incluir a renúncia do ditador como condição.
Como era previsto, os opositores de Kadafi recusaram a proposta imediatamente. O ministro de exteriores insurgente, Fathi Baja, afirmou à agência Associated Press: “Nós refutamos o plano completamente, não consideramos isso uma alternativa política. O ditador está em grandes apuros. O balanço de poder militar mudou completamente, seus aliados estão desertando, até a Rússia está pedindo que ele deixe o poder”. Ele acrescentou que acredita que Zuma tenha ido à Líbia somente para tentar encontrar uma estratégia de saída para o ditador, o que o presidente sul-africano nega.