A Justiça chilena encerrou nesta terça-feira a investigação sobre a morte do ex-presidente socialista Salvador Allende, confirmando que ele se suicidou. O anúncio foi feito no dia em a morte de Allende completa 39 anos. O ex-presidente morreu em 11 de setembro de 1973, em meio ao bombardeio aéreo e terrestre ao palácio presidencial de La Moneda em um golpe militar liderado pelo ditador Augusto Pinochet.
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Em decisão unânime, o Tribunal de Apelações de Santiago decretou o fim do inquérito judicial aberto há dois anos, confirmando o suicídio de Allende cometido com uma arma dada a ele por seu amigo, o ex-ditador cubano Fidel Castro. O Tribunal confirmou o fechamento do caso decretado pelo juiz Mario Carroza, confirmando a versão oficial da morte. Os restos mortais do ex-presidente foram exumados em maio de 2011.
Allende, primeiro marxista a chegar ao poder no Chile pelo voto popular, apoiou seu AK-47 sob o queixo e disparou dois tiros que o levaram à morte, de acordo com a perícia. Alguns de seus partidários afirmaram por anos que Allende foi assassinado por militares que invadiram o palácio, onde permaneceu entrincheirado junto com vários colaboradores, por ter recusado se render às forças golpistas.
Homenagem – A morte de Allende foi recordada nesta terça-feira por várias organizações de esquerda, que depositaram coroas de flores em uma porta do palácio presidencial, por onde costumava entrar o ex-presidente e no monumento em sua homenagem diante da casa de governo, no centro de Santiago. “Foi decidida uma verdade jurídica que nada tira do valor e da integridade do presidente Allende”, declarou a senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente, falando junto ao monumento em memória de seu pai.
Como acontece em cada aniversário do golpe militar no Chile, foram registrados incidentes durante a madrugada em alguns pontos de Santiago, onde pessoas encapuzadas montaram barricadas incendiárias, que cortaram o trânsito em várias avenidas.
A justiça chilena condenou a mais de 200 anos de prisão o chefe da polícia política da ditadura, Manuel Contreras, e mantém abertos cerca de 350 processos envolvendo 700 ex-militares e agentes civis. Pinochet, por sua vez, foi processado por casos de violações aos direitos humanos e enriquecimento ilícito, mas morreu em 10 de dezembro de 2006 sem ser condenado.
(Com agência France-Presse)