Justiça argentina prende terceiro suspeito de ataque a Cristina Kirchner
Uma mulher que trocou mensagens de 'conteúdo forte e importante' com a namorada do autor do atentado foi detida
A juíza María Eugenia Capuchetti ordenou a prisão de uma jovem, de sobrenome Díaz, na noite de segunda-feira 12 por estar envolvida no atentado contra a vida da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Segundo autoridades, ela era amiga do casal que planejou o ataque.
De acordo com o jornal argentino Clarín, a prisão ocorreu em função da análise do celular de Brenda Uliarte, namorada de Fernando Sabag Montiel, autor do ataque. Uliarte trocou mensagens com Díaz horas após o ataque contra Kirchner, comunicações de “conteúdo forte e importante”, levantando suspeitas de que a jovem possa estar ligada ao plano.
O celular de Uliarte virou peça chave no caso, tratado como tentativa de homicídio. Das informações da perícia do aparelho, surgiram elementos que corroboraram que houve outra tentativa de atentado contra o vice-presidente que “não se concretizou”.
Diante das novas informações, o promotor responsável, Carlos Rívolo, pediu à juíza que intimasse Sabag Montiel, que por duas vezes se recusou a responder perguntas, e Uliarte, que na semana passada havia dito que nada tinha a ver com os fatos investigados. Seu companheiro também disse que “Brenda não teve nada a ver com isso e nem eu”, sem produzir evidências.
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O casal é acusado de ter objetivado “matar Cristina Elisabet Fernández de Kirchner – Vice-Presidente da Nação e Presidente da Honorável Câmara de Senadores da Nação –, contando para isso com o planejamento e acordo prévio entre os dois”.
Na hora de estudar todo o conteúdo do celular, os investigadores ampliaram a rede de pessoas que poderiam estar envolvidas no atentado. Como resultado desse material, busca-se determinar as participações e os diferentes papéis no “planejamento do ataque”.
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As mensagens mais relevantes foram as trocadas por Sabag Montiel e Uliarte antes de quinta-feira, 1º de setembro. Nas conversas, o casal fala sobre a presença de câmeras no local, além de discutir detalhes dos horários e da movimentação dos militantes.
“Ela (a vice-presidente) já subiu, acho que ela não vai sair mais a essa hora, então é isso, sai, eu vou lá, fica aí. Não traga nada”, disse ele em mensagem de texto.
Até agora, eles foram os únicos dois acusados e detidos no caso. No entanto, não se descarta que o número de pessoas envolvidas seja maior. Uliarte trocou mensagens, após o ataque, com sua amiga de sobrenome Díaz, que se tornou o terceiro detido no quadro do processo.