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Julian Assange é condenado a 50 semanas de prisão por tribunal londrino

Jornalista foi julgado por violar liberdade condicional ao se asilar na embaixada do Equador em Londres por quase sete anos

Por Da Redação
1 Maio 2019, 09h35

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi condenado nesta quarta-feira, 1, a 50 semanas de prisão por um tribunal londrino por ter violado em 2012 as condições da liberdade condicional impostas pela Justiça do Reino Unido sobre uma ordem de extradição à Suécia.

O australiano, de 47 anos, se apresentou à corte de Southwark para conhecer a sentença, depois que outro tribunal britânico lhe declarou culpado dessa acusação no último dia 11 de abril, após ter sido detido na embaixada equatoriana em Londres, onde residiu como refugiado durante quase sete anos.

O advogado de Assange, Mark Summers, leu uma carta no tribunal, na qual o fundador do Wikileaks se diz arrependido de seus atos, mas afirma que não teve escolha devido às “circunstâncias terríveis” sob as quais se encontrava.

Para a juíza Deborah Taylor, contudo, o australiano fez uma “tentativa deliberada de escapar da Justiça”, já que, ao entrar na embaixada, ele se colocou fora do alcance de investigadores.

A magistrada afirmou ainda que Assange explorou a posição privilegiada que tinha para desrespeitar a lei e expressar desdém pela justiça britânica. Ela também destacou os 16 milhões de libras (cerca de 82 milhões de reais) em dinheiro público que foram gastos com policiamento do lado de fora da embaixada pelo tempo em que Assange esteve lá.

Este processo judicial corre paralelo a outro pedido de extradição do jornalista aos Estados Unidos. Logo após ser preso no início de abril, Assange foi denunciado formalmente pelo crime de conspiração para invadir um computador com documentos do governo americano, em 2010.

Para acessar os arquivos secretos, o jornalista australiano teria contado com a ajuda da ex-analista de inteligência do Exército dos Estados Unidos Chelsea Manning, considerada a primeira grande fonte do Wikileaks, que vazava informações confidenciais de autoridades do país.

O caso

Assange vivia na embaixada do Equador em Londres desde 2012. Ele foi preso em 11 de abril depois que o governo de Lenín Moreno retirou o asilo diplomático concedido ao jornalista. No mesmo dia, os Estados Unidos pediram a extradição do fundador do WikiLeaks.

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Assange pediu asilo ao governo equatoriano após o fim de um longo processo de extradição para a Suécia nos tribunais britânicos. Como a Grã-Bretanha se negava a dar salvo-conduto para que ele deixasse a embaixada e seguisse para o Equador, Assange seguia morando no local, em um impasse que já durava mais de seis anos.

O processo por abusos sexuais foi encerrado, mas o ativista permaneceu recluso na embaixada por temer a investigação dos Estados Unidos.

No ano de 2010, o Wikileaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados a ações militares de Washington no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque, em um dos maiores vazamentos de dados secretos da história.

Recentemente, Assange passou a ser criticado por democratas nos Estados Unidos por supostamente beneficiar a Rússia com vazamentos de material confidencial. Em 2016, ele divulgou e-mails da campanha da então candidata à Presidência Hillary Clinton obtidos quando hackers russos invadiram os computadores do Comitê Nacional Democrata.

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(Com EFE e Reuters)

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