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Juiz dá por concluída reunificação de crianças separadas na fronteira

Itamaraty confirmou que o governo dos Estados Unidos entregou todos os menores brasileiros aos seus familiares

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h14 - Publicado em 28 jul 2018, 15h58

Um juiz americano deu por concluído o processo de reunificação de crianças que haviam sido separadas dos pais ao entrarem ilegalmente nos Estados Unidos. Dana Sabraw, de um tribunal federal de San Diego, havia ordenado que a administração do presidente Donald Trump entregasse os menores para suas respectivas famílias até esta sexta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que todas as crianças brasileiras foram entregues aos pais, reportou o jornal Estado de S. Paulo.

Segundo o governo americano, mais de 1.800 crianças foram entregues aos pais. Sabraw declarou que a administração federal precisará se empenhar agora em resolver a questão dos 431 pais que foram deportados sem os seus filhos. Ele determinou que seja pensado um protocolo para que as separações não se repitam mais.

Os imigrantes, a maioria fugindo da violência em países na América Central, entravam nos EUA pela fronteira sul, ilegalmente ou pedindo asilo, e eram detidos e processados em massa, enquanto os filhos iam para albergues em todo o país.

O governo passou informações correspondentes a 2.551 menores, com idades que variavam dos 5 aos 17 anos. Entre eles, 1.820 crianças eram “consideradas elegíveis para a reunificação”, sendo que 1.420 foram reunidas em instalações da polícia migratória com seus pais. A maioria das famílias obteve liberdade condicional após o processo de reunificação.

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Outros 378 menores foram liberados em “outras circunstâncias”, ou seja, foram entregues aos pais ou a outros parentes em liberdade.

Um total de 711 crianças foram consideradas “não elegíveis” porque os laços familiares não puderam ser confirmados, os pais têm antecedentes criminais, sofrem uma doença contagiosa, não foram localizados ou foram deportados.

“Estamos contentes com o resultado no sentido de que há famílias que estão unidas novamente, mas seguiremos lutando para que todas as famílias sejam reunidas. O governo não consertou o estrago que causou”, disse à AFP Lee Gelernt, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).

O advogado do governo, Scott Stewart, informou que havia mil famílias com ordem de deportação “executável”, das quais 400 estavam sob custódia e seriam as primeiras a ser expulsas dos EUA. Stewart disse que as famílias liberadas no momento da reunificação estarão sujeitas à deportação assim que o juiz Sabraw suspender a proibição que adotou recentemente.

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Já a ACLU pediu ao juiz que fixe um prazo para que o Executivo entregue mais informação sobre os país deportados sem seus filhos.

“Nós fizemos o melhor possível, entregamos uma tremenda quantidade de informação”, disse Stewart, assegurando que os dados incluíam data da deportação, país de destino e data da detenção.

As separações começaram em maio, no âmbito da política de “tolerância zero” empreendida por Donald Trump contra os imigrantes que entraram ilegalmente pela fronteira sul. Essa política provocou uma onda de condenações dentro e fora dos Estados Unidos, o que pressionou o presidente a encerrá-la após seis semanas e iniciar um lento processo de reunificação.

Na terça-feira, antes da divulgação dos dados mais recentes, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos tinha sob custódia em abrigos em todo o país 11.500 crianças e adolescentes classificados como Menores Estrangeiros Não Acompanhados (UACs, na sigla em inglês).

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(Com France-Presse)

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