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Jornal venezuelano ‘El Nacional’ deixa de circular em versão impressa

Decisão se deve à repressão do governo de Nicolás Maduro, que nos últimos anos também controla a importação de papel jornal

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h06 - Publicado em 14 dez 2018, 10h47
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  • O jornal venezuelano El Nacional publica sua última edição impressa nesta sexta-feira, 14, após 75 anos. Segundo o presidente da editora, Miguel Henrique Otero, a decisão de interromper a circulação teve que ser tomada após anos de repressão e censura do governo de Nicolás Maduro.

    O El Nacional era o último impresso independente que ainda circulava no país. Apesar do fim da edição em papel, o jornal ainda mantém sua versão digital.

    “Eles conseguiram silenciar as rádios e a televisão e fizeram desaparecer a mídia impressa independente, transformando-a em plataformas web”, afirmou Otero em entrevista ao jornal espanhol ABC.

    Segundo o presidente, o chavismo vem ameaçando o grupo do El Nacional por diversas vias, entre elas agressões aos jornalistas encomendadas aos grupos civis armados que apoiam o regime de Maduro, processos judiciais, restrição aos anúncios publicitários e tributações em excesso.

    Porém, o que de fato tornou impossível a circulação do jornal foi o controle de importação de papel-jornal.

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    “Duramos mais que os outros porque contamos com a solidariedade de outros jornais latino-americanos para continuar imprimindo, mas no final não conseguimos resistir”, lamentou Otero. No último mês, o El Nacional já não publicava  suas edições de segunda-feira e sábado.

    Em entrevista ao próprio El Nacional nesta sexta, o presidente garantiu que a decisão é apenas um parêntese na história do jornal e que espera que a versão impressa possa voltar a circular em breve.

    “Os jornalistas continuarão a trabalhar, lutando para restaurar a democracia na Venezuela, e em breve retomaremos o jornal físico de uma maneira ou de outra”, disse Otero, que vive em exílio forçado há mais de quatro anos.

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    Desde que Nicolás Maduro chegou ao poder, em 2013, ao menos quarenta jornais fecharam as portas na Venezuela, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

    Só no primeiro semestre de 2018, jornalistas e veículos de comunicação sofreram 113 agressões. No período, 24 jornalistas foram detidos e 87 atacados por “órgãos de segurança do Estado”, segundo o SNTP.

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