Jornal italiano atrai críticas por distribuição do livro Minha Luta, de Adolf Hitler
A obra foi publicada com notas críticas escritas por um historiador
O livro Minha Luta (Mein Kampf, em alemão), escrito por Adolf Hitler, caiu em domínio público no dia 1 de janeiro de 2016. Por todo o mundo, editoras que tentam relançá-lo, ainda que em edições críticas, são fortemente criticadas.
O jornal italiano Il Giornale, de propriedade da família do ex-premier Silvio Berlusconi, foi criticado por distribuir cópias gratuitas de uma versão com notas críticas feitas por um historiador. O veículo defendeu-se dizendo que a decisão de distribuir o texto tinha como objetivo “estudar o que é mau para evitar seu retorno”.
O primeiro-ministro Matteo Renzi disse no Twitter que a decisão do Il Giornale de dar as cópias do tratado político do líder nazista foi “sórdida”, e expressou solidariedade com a comunidade judaica italiana.
No Brasil, as editoras Centauro, Geração e Martins Fontes já publicaram a obra, mas enfrentaram reações na Justiça.
Sobre o jornal italiano, Efraim Zuroff, diretor do escritório israelense do Centro Simon Wiesenthal, disse ao Corriere della Sera que a iniciativa de usar “Mein Kampf” para impulsionar as vendas de um jornal não tem precedentes.
Reconhecendo a controvérsia em um editorial, o editor-chefe Alessandro Sallusti disse que ninguém deve imaginar que a atitude seja uma apologia ao nazismo e à conspiração judaica mundial postulada no livro, que foi escrito entre 1924 e 1926.
O Il Giornale começou a vender neste sábado uma história de oito volumes do Terceiro Reich, com a cópia criticada de “Mein Kampf” de graça para os leitores que comprarem o primeiro volume.
(Com Reuters)