O Japão anunciou nesta quarta-feira que vai se retirar da Comissão Internacional da Baleia (IWC, da sigla em inglês) e que pretende retomar a caça comercial a partir de julho de 2019.
Segundo o anúncio, o Japão caçará espécies de baleias com números populacionais “saudáveis” e apenas em suas águas territoriais e zonas econômicas exclusivas, sem avanços para o Oceano Antártico nem no Hemisfério Sul.
A retirada do Japão da IWC entrará em vigor em 30 de junho se notificar o governo dos Estados Unidos até 1º de janeiro. O país americano é encarregado de aceitar pedidos de adesão ou retirada da comissão.
“Em sua longa história, o Japão usou baleias não apenas como fonte de proteína, mas também para uma variedade de outros propósitos”, disse o governo japonês em comunicado.
O anúncio já tem sido alvo de críticas. “A declaração está em descompasso com a comunidade internacional, e mais ainda com a proteção necessária para garantir o futuro dos nossos oceanos e dessas nobres criaturas”, disse Sam Annesley, diretor executivo do Greenpeace Japão.
O governo da Austrália classificou a decisão do Japão como “lamentável” e pediu que o país asiático volte à IWC.
O Japão planeja enviar delegações a alguns países contrários à caça de baleias para buscar compreensão e afirma que pretende seguir os métodos da IWC para calcular as cotas para determinar o número de animais capturados.
A IWC baniu a caça comercial de baleias em 1986, mas o Japão continuou a captura afirmando que usa os animais para fins de pesquisa. Representantes japoneses propuseram retomar a atividade baleeira comercial mais de vinte vezes nos últimos anos, alegando que o número de algumas espécies foi recuperado, mas as tentativas foram bloqueadas por nações anticaça.
(Com Agência Brasil)