O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, concordou “em princípio” com um cessar-fogo com a milícia libanesa Hezbollah, informou o jornal The Times of Israel neste domingo, 24. Apoiado pelos Estados Unidos, o acordo foi negociado em meio a uma onda de ataques dos dois lados do conflito — Israel aumentava a intensidade dos bombardeios em Beirute, capital do Líbano, enquanto o grupo militante atacava o território israelense com 250 foguetes e drones, de acordo com o veículo.
No entanto, a proposta apresentada ainda não foi finalizada e depende que “várias questões” sejam resolvidas, ainda que Israel tenha dado sinal verde para os “principais princípios” do documento, acrescentou o Times of Israel. Uma das demandas israelenses seria que o país tenha permissão para continuar operando nas divisas com o Líbano e a Síria para manter a “segurança nacional).
Segundo o jornal israelense Haaretz, o plano de cessar-fogo envolve uma trégua seguida pela retirada das forças do Hezbollah ao norte do Rio Litani; a saída das tropas israelenses do sul do Líbano; e negociações entre Tel Aviv e Beirute sobre a demarcação de áreas de fronteira que são alvo de disputas. As três etapas serão monitoradas por um organismo internacional liderado pelos EUA. O trato também estabelece que o Exército libanês seria responsável por impedir que a milícia retorne ao sul do Líbano.
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Empurrão dos EUA
O acordo seria a última tentativa do governo do presidente americano, Joe Biden, de uma pausa nos embates entre Hezbollah e Israel. Relatos da imprensa israelense indicam que o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Amos Hochstein, disse às autoridades de Israel neste final de semana que caso não aceitassem o plano, teriam de esperar Donald Trump assumir a Presidência em janeiro para dar continuidade às mediações.
Espera-se que o ex-embaixador dos EUA em Israel, Dan Shapiro, aterrisse em Tel Aviv ainda nesta segunda-feira, 25, ajudando a fechar os últimos detalhes das negociações. Por sua vez, Netanyahu estaria arquitetando uma maneira de apresentar a pausa nas hostilidades à população, com o objetivo de apresentá-la como uma pausa benéfica para Israel, não como um compromisso com o Hezbollah. Para isso, o premiê teria organizado uma série de reuniões de alto nível sobre assunto, incluindo ministros e autoridades de segurança do país, segundo a mídia israelense.