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Israel apresenta plano de retirada de civis de ‘áreas de combate’ em Gaza

Plano também inclui assistência aos palestinos, 'de uma forma que evitará os saques que ocorreram no norte da Faixa e em outras áreas'

Por Da Redação
26 fev 2024, 16h02

As Forças de Defesa de Israel (FDI) apresentaram nesta segunda-feira, 26, um “novo plano operacional” para “retirar a população” de áreas de confronto na Faixa de Gaza. O documento foi elaborado após pedidos feitos pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no início deste mês, quando solicitou aos militares um esquema para que os moradores de Rafah, cidade ao sul que tornou-se alvo de bombardeios nas últimas semanas, fossem retirados do local.

Metade da população de Gaza foi deslocada para o Rafah por orientação anterior do governo israelense. Por lá, estão amontoadas mais de um milhão de pessoas em situação de emergência humanitária – há escassez de medicamentos e os recém-chegados vivem em tendas improvisadas. No início de janeiro, as Nações Unidas alertaram que a fome já era “generalizada” no enclave palestino. Desnutridos, os civis estão mais suscetíveis a doenças infecciosas.

A entrega da proposta foi comunicada pelo gabinete de Netanyahu, que também aprovou nova assistência aos palestinos, “de uma forma que evitará os saques que ocorreram no norte da Faixa e em outras áreas”, alega a declaração. Em entrevista ao programa Face The Nation, da emissora americana CBS, o premiê adiantou que o plano “duplo” prevê o prosseguimento das operações em Rafah, definido como último “reduto de comando” do grupo palestino radical Hamas.

“Não podemos deixar o último reduto do Hamas sem cuidar dele”, disse, acrescentando que ao “iniciar a operação Rafah, a intensa fase de combate estará a semanas de ser concluída, e não a meses, semanas de ser concluída”.

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Posição dos EUA

Há duas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “reafirmou” seu posicionamento a Netanyahu, advertindo o israelense para não prosseguir com os ataques contra Rafah  “sem um plano credível e executável” para garantir a segurança de civis. Mais de 29 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro.

Em meio à instabilidade na região, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse à emissora americana CNN neste domingo, 25, que os negociadores – Israel, Estados Unidos, Egito e Catar – chegaram a um “entendimento” sobre os contornos gerais para um acordo sobre um cessar-fogo em potencial. Os trâmites continuam nesta segunda-feira, a medida que ocorrem discussões indiretas com lideranças do Hamas para a libertação de reféns.

“Os representantes de Israel, dos Estados Unidos, do Egito e do Catar reuniram-se em Paris e chegaram a um entendimento entre os quatro sobre como seriam os contornos básicos de um acordo de reféns para um cessar-fogo temporário. Não vou entrar em detalhes sobre isso porque ainda está em negociação em termos de definição dos detalhes”, disse Sullivan à CNN.

“Terá de haver discussões indiretas entre o Catar e o Egito com o Hamas porque, em última análise, eles terão de concordar em libertar os reféns. Esse trabalho está em andamento”, acrescentou. “E esperamos que nos próximos dias possamos chegar a um ponto em que haja realmente um acordo firme e final sobre esta questão. Mas teremos que esperar para ver.”

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‘Último prego no caixão’

Na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o prosseguimento da ofensiva total em Rafah seria “o último prego no caixão”, já que a cidade é “o núcleo” de operação de ajuda humanitária em Gaza.

Ele, inclusive, definiu a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) como “a espinha dorsal desse esforço”. Em janeiro, um escândalo fez com que a UNRWA perdesse doações de 16 países. O orçamento do escritório foi comprometido devido ao suposto envolvimento de doze funcionários – dentre os quais nove foram demitidos, dois estão sendo investigados e um morreu – no ataque do Hamas.

Uma investida contra Rafah “não seria apenas aterrorizante para mais de um milhão de civis palestinos ali abrigados; isso colocaria o último prego no caixão dos nossos programas de ajuda”, argumentou. Guterres apelou, ainda, para um cessar-fogo humanitário e à libertação “imediata e incondicional” dos reféns.

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