Teerã, 3 fev (EFE).- O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que o Irã apoiará todo aquele que se opor a Israel, em declarações nesta sexta-feira na Universidade de Teerã, principal tribuna política do país.
‘No futuro, apoiaremos e ajudaremos todo aquele que se opor ao regime sionista’, disse Khamenei, para quem Israel ‘é um tumor cancerígeno que deve ser cortado e será cortado com a ajuda de Deus’, informou a agência local ‘Fars’.
Para Khamenei, as últimas ameaças de intervenção militar contra o Irã lançadas pelos Estados Unidos provam o ‘fracasso’ americano contra as argumentações do Irã, ‘por isso recorrem à força’, disse.
‘As ameaças de guerra podem prejudicar os Estados Unidos. A guerra vai dez vezes contra seus interesses’, acrescentou.
O discurso de Khamenei acontece depois que o jornal ‘The Washington Post’ informou na quinta-feira que o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, acredita que Israel pode tomar a decisão de atacar o Irã.
‘Panetta acredita que há muitas probabilidades de Israel atacar o Irã em abril, maio ou junho’, afirmou a publicação.
Tanto Panetta quanto outros cargos da administração dos EUA afirmaram nas últimas semanas que o Irã poderia atravessar uma ‘linha vermelha’ se dedicasse seu desenvolvimento nuclear a fabricar bombas, e nesse caso todas as opções, incluindo a militar, seriam possíveis.
O Irã reiterou que seu programa nuclear é exclusivamente civil e com objetivos pacíficos e enfatizou que não renunciará à energia atômica para usá-la com fins médicos, entre outras coisas.
Nesta sexta-feira, em seu discurso, Khamenei destacou o ‘envolvimento direto’ do Irã no ‘confronto palestino e libanês’ com Israel, mas negou que Teerã tenha se envolvido no levantamento contra o regime de Bahrein, país de maioria xiita governado por uma monarquia sunita.
‘Em qualquer coisa que o Irã se envolva, ele reconhece de forma direta’, disse o líder do regime teocrático iraniano, para quem o rei de Bahrein, Hamad ben Issa al-Khalifa, ‘mente’ ao dizer que Teerã fez uma intervenção no país.
‘A acusação do governante da ilha de Bahrein sobre nossa interferência nesse país é incorreta, pois se tivéssemos feito uma intervenção, a história teria sido outra’, disse Khamenei.
Desde fevereiro, acontecem em Bahrein manifestações e levantamentos contra a monarquia dos al-Khalifa, a família sunita que está há mais de 40 anos no poder em um país de população majoritariamente xiita.
Os levantamentos foram reprimidos com violência, com ajuda de tropas do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), especialmente da Arábia Saudita, o que causou dezenas de mortos e pelo menos mil feridos. EFE