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Irã diz ter prendido e condenado à morte espiões da CIA; Trump nega

Prisões ocorreram entre março de 2018 e março de 2019 em uma operação que teria desmembrado uma rede de espionagem no país

Por Da Redação
Atualizado em 22 jul 2019, 20h30 - Publicado em 22 jul 2019, 17h32
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  • O Irã anunciou nesta segunda-feira, 22, a prisão de 17 iranianos que trabalhavam para a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) e informou que alguns deles serão executados. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o episódio como “mentira e propaganda” pelo Twitter.

    Em um comunicado lido na televisão estatal, o Ministério da Inteligência do Irã informou que os “espiões identificados estavam empregados em centros sensíveis e vitais do setor privado nas áreas econômica, nuclear, de infraestrutura, militar e cibernética (…) onde coletaram informações confidenciais”.

    “As sentenças para esses espiões já foram decididas, e alguns deles serão executados como corruptos na terra”, o ministério afirmou, em referência ao crime de traição ao país.

    O site de notícias iraniano Fars, que é influenciado por Teerã, publicou diversas fotos e imagens que dizem pertencer aos supostos agentes da CIA detidos no país. Os 17 iranianos foram presos entre março de 2018 e março de 2019 durante o processo de desmantelamento de uma rede de espiões da CIA, segundo Teerã. A operação foi divulgada em 18 de junho deste ano.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump negou que o Irã tenha prendido agentes da CIA e classificou o episódio como “mentiras e propaganda” porque o regime está “falindo e não sabe o que fazer”. “A economia deles está morta, e vai piorar ainda mais. O Irã é uma baderna!”, completou.

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    Escalada de tensões

    Nos últimos meses, o ocidente e o regime do aiatolá Ali Khamenei protagonizam uma crescente evolução nas tensões que teve início com a saída unilateral dos Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), em 2018, e a retomada das sanções americanas sobre a economia iraniana. O JCPOA visava diminuir o enriquecimento de urânio do Irã em troca da retirada das restrições econômicas. 

    Em maio, os Estados Unidos aplicaram novas sanções contra Teerã, que ultrapassou o limite de enriquecimento de urânico previsto no JCPOA. A decisão iraniana deixou os países europeus signatários do acordo em situação difícil: entre as pressões para que o Irã cumpra o determinado e e para que Washington suspenda as sanções e retorne ao JCPOA. Como consequência, um petroleiro iraniano foi detido em Gibraltar e outros dois estão parados no Brasil, que se nega a reabastecê-los com combustível. No Estreito de Ormuz, a Guarda Revolucionária Iraniana deteve dois navios – um britânico e outro liberiano.

    Na semana passada, uma embarcação britânica foi capturada pela Guarda Revolucionária como forma de retaliação ao confisco de um petroleiro iraniano em Gibraltar, território do Reino Unido ao sul da Espanha, no início de julho. Segundo o governo britânico, um segundo navio de uma empresa britânica com bandeira liberiana foi apreendido, mas o governo de Teerã nega.

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    O ponto de maior tensão nas águas do Golfo Pérsico deu-se quando o Irã abateu um drone americano que teria invadido o espaço aéreo iraniano. os Estados Unidos dizem que o avião não tripulado estava sobre águas internacionais. Em represália, Donald Trump autorizou um ataque contra instalações da Guarda Revolucionária, mas recuou logo em seguida.

    Enquanto as tensões aumentam entre os Estados Unidos e Irã, Teerã tenta forçar a permanência dos países europeus no JCPOA. Ao enriquecer urânio chegando próximo ao limite do acordo, o governo iraniano espera que o comércio volte entre os países, porém, os europeus temem sanções americanas.

    A crise no Golfo Pérsico chegou aos portos brasileiros. No porto de Paranaguá, litoral paranaense, dois petroleiros iranianos estão parados por falta de combustível. Única empresa autorizada a abastecer embarcações, a Petrobras receia sofrer sanções americanas caso entregue combustível aos navios de bandeira iraniana.

    (Com Reuters e AFP)

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