Uma série de erros dos pilotos está sob investigação das causas do incêndio no pouso de emergência de um Sukhoi Superjet 100 da companhia russa Aeroflot, no último domingo 5. Pouco depois de decolar, o avião pediu para voltar ao aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, e sua parte traseira pegou fogo pouco ao tocar a pista. Das 78 pessoas a bordo, 41 morreram.
“O primeiro erro dos pilotos foi decolar em meio a uma tempestade. Depois, enquanto a situação era complicada, mas longe de ser catastrófica, eles pousaram em vez de esvaziar o tanque de querosene antes”, explica o jornal russo Kommersant, citando um fonte próxima à investigação.
Segundo o jornal, os pilotos “pousaram a uma velocidade muito alta e, por esta razão, o contato das rodas com o concreto foi muito forte, fazendo o avião saltar.”
Vídeos das câmeras do aeroporto mostram que o piloto tentou pousar duas vezes. Na primeira, a aeronave estava em uma velocidade alta demais e, na segunda, o avião pulou na pista e, com o impacto, começou o incêndio.
Citando um membro do Comitê de Investigação russo, o jornal RBK informou também que os pilotos não desligaram os motores após o pouso. Segundo a mesma fonte, eles ainda abriram uma janela após a aterrissagem, acelerando o incêndio.
Alguns minutos depois de decolar do aeroporto de Sheremetyevo para Murmansk, no norte do país, o piloto do Superjet 100, Denis Evdokimov, pediu para retornar sob o pretexto de que o avião havia sido atingido por um raio, que desativara o equipamento de auxílio de voo.
Dez feridos hospitalizados após o acidente estão estáveis, segundo o ministro da Saúde, Yevgeny Ditrikh. Os dois pilotos sobreviveram, assim como boa parte dos passageiros da parte frontal da aeronave.
Outra polêmica sobre o caso diz respeito a um vídeo em que pessoas riem ao assistirem ao acidente pelas telas de controle do aeroporto. A administração do Sheremetyevo anunciou a abertura de uma investigação interna.
A nota destaca que os envolvidos “serão punidos da maneira mais severa possível”, apesar de não serem funcionários do aeroporto nem da Aeroflot. O Superjet 100, a primeira aeronave civil projetada pela Rússia pós-soviética, foi motivo de orgulho para o país em seu lançamento, em 2011, mas luta para convencer fora do mercado russo por questões de confiabilidade.
(Com AFP)