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Invasão ucraniana à Rússia deixou mundo à beira de guerra mundial, diz Moscou

Autoridades russas acusam Otan de estar por trás da ofensiva em Kursk, que já capturou 1000 km² e forçou 200 mil pessoas a deixarem suas casas

Por Da Redação
Atualizado em 16 ago 2024, 09h21 - Publicado em 16 ago 2024, 09h13

Um influente deputado da Rússia, Mikhail Sheremet, disse nesta sexta-feira, 16, que a invasão ucraniana da região russa de Kursk, que após o susto inicial recebeu amplo apoio de aliados como Estados Unidos e Alemanha, deixou o mundo à beira de uma guerra global total, informou a agência de notícias estatal russa RIA.

Soldados ucranianos cruzaram a fronteira entre os países vizinhos para a região de Kursk em 6 de agosto e, desde então, avançaram significativamente. O chefe do Exército da Ucrânia diz que suas forças já controlam 1.000 quilômetros quadrados de terra, forçando mais de 200 mil pessoas a deixarem suas casas.

+ Ucrânia faz ataque-surpresa à Rússia. Conseguirá tirar vantagem da situação?

“Considerando a presença de equipamento militar ocidental (em solo russo), o uso de munição e mísseis ocidentais em ataques à infraestrutura civil e provas irrefutáveis ​​da participação de estrangeiros no ataque ao território russo, pode-se chegar à conclusão de que o mundo está à beira de uma terceira guerra mundial”, disse o deputado Mikhail Sheremet, citado pela RIA.

Sheremet, que é membro do comitê de defesa do parlamento russo, ecoou seu presidente, Vladimir Putin, ao dizer que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deram sinal verde à operação da Ucrânia, uma acusação que Washington negou. O assessor de Putin, Nikolai Patrushev, também acusou o Ocidente de estar por trás do ataque em uma entrevista ao jornal russo Izvestia nesta sexta-feira.

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+ Em maior avanço desde início da guerra, Ucrânia anuncia captura de cidade na Rússia

Patrushev disse que a Otan e as agências de inteligência ocidentais estavam envolvidas no planejamento da operação em Kursk, embora ele não tenha fornecido nenhuma evidência das alegações.

O que diz a Ucrânia

Kiev e seus aliados, por sua vez, acusam Moscou de estar recebendo assistência da China, Irã e Coreia do Norte para lutar contra a Ucrânia. Mais cedo nesta sexta-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reafirmou a promessa de aprofundar a cooperação com a Rússia e expressou confiança de que a aliada seria vitoriosa em sua “guerra santa pela paz e justiça”.

Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou ainda que a invasão a Kursk era necessária para convencer Moscou a iniciar negociações de paz “justas”. Segundo ele, a Ucrânia não tem interesse em ocupar a região russa, mas precisa forçar o Kremlin a iniciar negociações nos termos de Kiev.

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+ Com mísseis e drones, Rússia tenta resistir a invasão ucraniana no país

“Precisamos infligir derrotas táticas significativas à Rússia”, escreveu Podolyak em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram. “Na região de Kursk, vemos claramente como a ferramenta militar é usada objetivamente para convencer a Federação Russa a entrar em um processo de negociação justo.”

Altos funcionários ucranianos são irresolutos ao defender que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia devem ser totalmente respeitadas em qualquer acordo de paz. A Rússia, que controla cerca de 18% do território ucraniano, quer anexar parte do país.

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