Índia executa quatro homens condenados por estupro coletivo
Gangue juvenil violentou estudante em um ônibus em Nova Délhi em 2012 e provocou sua morte; país é o mais perigoso para mulheres
O governo da Índia executou na forca nesta sexta-feira, 20, quatro homens condenados pelo estupro coletivo de uma jovem mulher em Nova Délhi em 2012. O crime foi um dos mais brutais, causou repercussão internacional e pôs os holofotes sobre um país onde a violência sexual é recorrente. A mulher, uma estudante de fisioterapia de 23 anos, morreu nos dias seguintes em um hospital de Singapura.
Esta é a primeira vez em cinco anos que execuções são realizadas na Índia. Akshay Thakur, Vinay Sharma, Pawan Gupta e Mukesh Singh foram condenados à pena capital no ano seguinte, mas a execução foi postergada várias vezes em decorrência de apelações à Suprema Corte indiana, informou o jornal britânico The Guardian. A sentença foi cumprida na prisão de Tihar.
Os quatro executados e outros dois condenados a prisão faziam parte de uma gangue juvenil. Por anos, a mãe da vítima, Asha Devi, tem liderado campanha pela aplicação da pena capital aos responsáveis pelos estupros sofrido estudante e por sua morte. “O dia de hoje é dedicado às filhas deste país. Assim que retornei da Corte Suprema, pendurei a foto da minha filha e disse que hoje fizemos justiça. Agradeço ao Judiciário e ao governo”, afirmou.
De acordo com pesquisa da Fundação Thomson-Reuters, a Índia é o país mais perigoso para mulheres e meninas. Estupros são frequentes, muitos dos quais seguidos de morte. Em novembro passado, uma gangue violentou e matou uma mulher de 27 anos em Hyderabad. Seu corpo foi queimado. Todos os casos são seguidos por amplos protestos públicos de organizações em defesa das mulheres.