Inconformado, López Obrador ameaça contestar eleições
Candidato da esquerda não reconhece vitória de seu rival, Enrique Peña Nieto
O líder da esquerda do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou na segunda-feira que as eleições presidenciais de domingo no país estiveram ‘infestadas de irregularidades’ e ameaçou contestar a validade do pleito caso sejam confirmados os resultados parciais conhecidos até agora. Segundo o Programa de Resultados Eleitorais Preliminares (Prep), que levou em conta os dados de 98,95% das urnas, o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, venceu as eleições com 38,14% dos votos, enquanto Obrador ficou em segundo lugar, com 31,64%.
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Em entrevista coletiva, Obrador afirmou que não está disposto a aceitar um ‘resultado fraudulento’ nas eleições, cujos dados parciais sinalizam a sua derrota. No entanto, quando perguntado se poderia garantir que houve fraude no pleito, respondeu: “Temos de reunir os elementos, jamais fazemos uma denúncia se não apresentamos provas”.
O resultado que aponta a vitória de Peña Nieto não tem validade jurídica, pois a contagem dos votos ainda não terminou. Na quarta-feira, nos 300 distritos eleitorais, começará o cômputo oficial somando os resultados de todas as cédulas, e os partidos ou candidatos podem recorrer a uma nova apuração em seções determinadas.
Resultado oficial – Em entrevista coletiva, Obrador ignorou o resultado do Programa de Resultados Eleitorais Preliminares (Prep) e afirmou que ficará pendente exclusivamente do cômputo oficial das cédulas em cada distrito, que começa na quarta-feira. Perguntado sobre se impugnaria as eleições caso os dados desse cômputo oficial sejam os mesmos da apuração preliminar conhecida até agora, o esquerdista foi taxativo: “Sim, vamos impugná-las”.
Contudo, ele também insistiu em esgotar todos os processos legais antes de chegar a uma conclusão final. “Como se compreenderá, não posso aceitar nenhum resultado até não ter a certeza de que se respeite o voto dos cidadãos. É imprescindível que não restem dúvidas sobre os resultados, pelo bem do México e de nosso povo”, disse.
Em 2006, quando Obrador perdeu as eleições presidenciais para o atual presidente mexicano, Felipe Calderón, por uma pequena margem de 0,56%, o esquerdista se recusou a reconhecer os resultados e atribuiu a vitória a ele mesmo nas urnas. Também convocou seus simpatizantes a uma mobilização permanente em importantes pontos da capital mexicana, durante três meses, protestos que provocaram desordem na cidade e mancharam a imagem política da esquerda mexicana.
(Com agência EFE)