A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta quinta-feira, 14, que o fluxo de imigrantes legais não é a solução para a crise demográfica do continente europeu, mesmo que possa ser benéfico para a economia. A declaração foi dada na Cúpula Demográfica de Budapeste, realizada na capital da Hungria.
“Acredito que uma cota de imigração legal pode contribuir positivamente para nossas economias, mas continuo convencida de que seria mais responsável confiarmos aos cidadãos europeus a solução para a crise do sistema de bem-estar social”, afirmou Meloni sob os olhares do premiê húngaro e aliado de longa data, Viktor Orbán.
O discurso coincide com a escalada de uma crise migratória na Itália, que já recebeu cerca de 126 mil imigrantes neste ano — um número elevado, quando comparado com os aproximadamente 66 mil, no mesmo período de 2022. Nos últimos dias, a ilha de Lampedusa, no extremo sul do país, tem recebido milhares de pessoas vindas do norte da África.
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Há cerca de um ano no poder, a líder italiana tem apresentado uma agenda nacionalista. No cerne de seu governo de extrema-direita estão a dura abordagem aos imigrantes, as promessas de resolver a questão da baixa natalidade — um dos piores índices, desde a unificação do país —, além de legislações contra a paternidade LGBT+ e a utilização de palavras estrangeiras em documentos oficiais.
Para Meloni, “vivemos numa época em que tudo o que nos define está sob ataque”. Ela ainda acrescentou que defender o modelo tradicional da família e de Deus faz parte de uma “grande batalha” para proteger a humanidade e os direitos das pessoas”.
As declarações repercutiram nas redes sociais. Carlo Calenda, político de centro e integrante da oposição na Itália, afirmou que “Deus não precisa da defesa de Meloni”.
Orbán saiu em defesa da aliada, e disse, em publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, que a Itália e a Hungria estavam a “liderar o caminho” na mudança da política da UE para a direita. “Precisamos de mais governos #conservadores na Europa para fazer uma mudança em Bruxelas”, disse ele.
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Os líderes clamam por um “forte apoio político e econômico” aos países de origem e de trânsito dos migrantes. Em nota, o governo italiano afirmou que Meloni e Orbán concordaram com a necessidade de uma ação rápida e determinada sobre a questão da imigração, e apelou à União Europeia para fornecer uma “resposta coletiva”.