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Iêmen: governo e rebeldes houthis chegam a acordo sobre troca de presos

Negociações de paz mediadas pela ONU devem começar nesta quarta na Suécia; organização internacional está otimista com resultados

Por Da Redação
Atualizado em 4 dez 2018, 12h45 - Publicado em 4 dez 2018, 10h31
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  • O governo do Iêmen e os rebeldes houthis chegaram a um acordo para trocar centenas de prisioneiros nesta terça-feira, 3, um dia antes do início das negociações de paz na Suécia.

    Segundo o ministro de Relações Exteriores iemenita, Khaled al-Yamani, a decisão foi acertada depois de “oito ou nove meses de negociações travadas”.

    “Quando chegarmos para negociar na Suécia, vamos discutir as questões operacionais do acordo, como trocar os detidos, prisioneiros e sequestrados”, disse ele.

    Hadi Haig, responsável pelo assunto por parte do governo, afirmou que o pacto firmado afetará entre 1.500 e 2.000 membros das forças pró-governo e entre 1.000 e 1.500 rebeldes houthis.

    Para o chefe do Comitê para Assuntos de Prisioneiros da administração houthi, a decisão marca o primeiro passo em direção a um tratado maior para acabar com a crise humanitária no Iêmen.

    “Esperamos que a fase de implementação deste acordo decorra sem problemas”, afirmou.

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    Negociações de paz

    As negociações de paz entre o governo iemenita e os rebeldes estão previstas para começar ainda nesta semana na Suécia. As conversas serão mediadas pela ONU.

    As Nações Unidas se recusaram a divulgar a data e o local exatos do encontro, mas afirmaram que a expectativa é que a reunião comece nesta quarta-feira, 5, em um local próximo à capital Estocolmo.

    Embora outras iniciativas destinadas a encerrar a brutal guerra no país tenham fracassado, há grandes expectativas para esta rodada de negociações.

    Segundo a emissora Al Jazeera, a ONU está otimista por um cessar-fogo na cidade portuária de Hodeida, assim como para o fim dos ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita no país.

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    O acordo também incluiria o fim dos ataques com foguetes e drones realizados pelos houthis contra os sauditas e os Emirados Árabes Unidos.

    Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados afirmou que as conversas constituem uma oportunidade “decisiva” para terminar com a guerra que já dura quatro anos.

    Na segunda-feira 3, Riad permitiu a retirada de combatentes houthis feridos do país. O aeroporto internacional de Sanaa, fechado há três anos devido à devastadora guerra, deve ser reaberto para o transporte.

    O conflito

    A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos ingressaram no conflito entre os houthis e o governo do Iêmen, com ajuda americana, em 2015.

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    O objetivo da coalizão, que inclui também países como Kuwait, Catar e Bahrein, é reinstalar o governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi, ameaçado desde a revolta iemenita de 2011.

    Os três anos e meio de conflitos entre os rebeldes houtis, apoiados pelo Irã, e as forças do governo, escudadas pela coalizão saudita, destruíram a economia do país e causaram aumento da inflação e desvalorização da moeda local.

    Desde março de 2015, os combates deixaram quase 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos. Diversas ONGs acreditam que o balanço real é muito mais elevado.

    Em agosto, os 51 passageiros – 40 deles crianças – de um ônibus escolar em Dahyan, na província Saada, foram mortos em um bombardeio das forças sauditas.

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    O conflito persistente também está levando o país à pior fome do mundo nos últimos 100 anos, com metade da população em risco de morrer de desnutrição.

    Dados coletados pela emissora Al Jazeera e pelo Projeto de Estatísticas do Iêmen constataram terem ocorrido 18.000 ataques aéreos no país, com pelo menos um terço dos bombardeios em áreas não militares – cerimônias de casamento e de funerais, escolas e hospitais, usinas de eletricidade e de água foram atacados.

    (Com AFP)

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