Dezenas de pessoas foram presas neste domingo, 5, pela polícia de Hong Kong após uma marcha contra o “comércio paralelo” na fronteira com a China, durante a qual coquetéis molotov foram jogados em uma delegacia de polícia. Segundo um dos organizadores do protesto, foram detidas 42 pessoas.
Os manifestantes em Sheung Shui miraram os chamados “comerciantes paralelos” da China, que compram grandes quantidades de produtos isentos de impostos em Hong Kong e os levam de volta ao continente para vender com lucro.
Os habitantes locais dizem que isso aumenta os preços, superlota os bairros e aumenta a crescente tensão entre os residentes de Hong Kong e os chineses do continente.
“Os chineses do continente vêm aqui, bloqueiam as ruas com suas malas … os aluguéis subiram e isso tornou as coisas mais caras para nós”, disse Jasmin, uma estudante de 19 anos.
Depois que a marcha terminou, os manifestantes vestidos de preto e usando máscaras permaneceram na área, apesar dos pedidos dos organizadores para se dispersarem. A polícia de choque depois invadiu, atingindo manifestantes com cassetetes e usando spray de pimenta.
Dezenas de pessoas foram presas. Eles foram vistos sentados no chão e encostados em uma parede e mais tarde foram escoltados para dois ônibus brancos. Muitas lojas na área foram fechadas.
Antes disso, em outro incidente, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de manifestantes que lançavam bombas incendiárias sobre a cerca da delegacia de Sheung Shui antes da marcha, danificando um veículo da polícia.
Os protestos antigovernamentais em Hong Kong, governada pela China começaram há sete meses devido a um projeto de extradição agora retirado, mas desde então se transformaram em um movimento mais amplo, com demandas que incluem sufrágio universal e uma investigação independente contra suposta brutalidade policial.
Cidadãos de Hong Kong estão irritados com a mão firme de Pequim sobre a cidade, à qual foi prometida grande autonomia quando a ex-colônia britânica voltou ao domínio chinês em 1997.
(Com Reuters e AFP)