Um homem negro paraplégico acusou o Departamento de Polícia de Dayton, em Ohio, nos Estados Unidos, de racismo após ser tratado com brutalidade durante uma abordagem policial. Ao dizer que não podia usar suas pernas, policiais o arrastaram pelos cabelos para fora do carro em direção à estrada.
Clifford Owensby, 39 anos, entrou com uma queixa sobre a prisão por meio da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor. Ele seria suspeito de crime relacionado com drogas, ocorrido em 30 de setembro.
“Eles me arrastaram como um lixo. Foi uma humilhação total, o ódio em sua forma mais pura”, disse Owensby em entrevista à imprensa.
Na última sexta-feira, 8, a polícia de Dayton divulgou um comunicado juntamente com as gravações da câmera do oficial que realizou a prisão, dizendo que o departamento está trabalhando de maneira contínua para melhorar a relação com a comunidade.
De acordo com a justificativa da polícia, Owensby saiu de uma casa que supostamente era um ponto de venda de drogas. No vídeo é possível ver o homem explicando que o seu filho de três anos está no banco de trás enquanto entrega sua identificação. Segundo os policiais, ao checarem a identificação, receberam aviso de que ele já teria sido preso por porte ilegal de armas e drogas.
Na sequência, é pedido para que ele saia de seu carro para que o cão farejador possa realizar uma inspeção. Ao dizer que não podia por ser paraplégico, uma discussão se inicia enquanto o homem faz uma ligação afirmando que haveria um processo caso houvesse algum tipo de violação. Irritado, um dos oficiais agarra Owensby pelo cabelo e o arrasta algemado pela estrada.
Ainda de acordo com a polícia de Dayton, uma bolsa contendo mais de 20 mil dólares em dinheiro foi encontrada dentro do carro e episódio está sendo investigado internamente.
Em resposta, Owensby disse que estava devolvendo aparelhos de TV a cabo para uma empresa administrada por ele. Além disso, o dinheiro encontrado era fruto de uma economia e que nenhuma droga ou arma ilegal foi encontrada dentro de seu veículo. Segundo a mídia local, ele foi acusado de resistir à prisão.
“Este é um desprezo total pela vida humana”, disse o presidente da seção de Dayton da Associação.