Uma historiadora alemã afirma que Adolf Hitler defendeu pessoalmente um jurista judeu, seu antigo superior militar na I Guerra Mundial, e o protegeu, pelo menos temporariamente, da perseguição nazista, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pelo jornal Jewish Voice from Germany. Segundo a especialista Susanne Mauss, Ernst Hess trabalhava como juiz em Düsseldorf e tinha sido comandante da companhia na qual Hitler combateu na I Guerra Mundial. Ele esteve a salvo até 1941 graças à intervenção pessoal em seu favor do ditador nazista.
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Em 1941, Hess recebeu a notícia de que já não estava sob a proteção de Hitler e foi internado no campo de concentração de Milbertshofen, próximo de Munique, onde teve que realizar trabalhos forçados. Segundo a historiadora, seu casamento com Margarethe, uma mulher não judia, o salvou da deportação, enquanto sua filha foi obrigada a realizar trabalhos forçados para uma companhia elétrica. No entanto, a mãe de Hess, Elisabeth, e sua irmã Berta foram deportadas por ordem de Adolf Eichmann, artífice do plano de extermínio judeu.
Berta morreu no campo de extermínio de Auschwitz, enquanto a mãe conseguiu fugir nas últimas semanas da guerra do campo de concentração de Theresienstadt para a Suíça. Depois da guerra, Hess se tornou presidente de uma companhia ferroviária na cidade de Frankfurt. Para Rafael Seligmann, editor do Jewish Voice from Germany – publicação trimestral com uma tiragem média de 30.000 exemplares -, está claro que os ajudantes de Hitler cumpriam incondicionalmente as ordens do führer, seja como salvador ou como assassino em massa.
Seligmann acrescentou que é obrigação de um jornal judeu descrever também desta forma o sistema criminal dos nazistas. A historiadora descobriu no arquivo regional da Renânia do Norte-Wesfalia o revelador documento durante os preparativos de uma exposição no ano passado. Até o momento só se conhecia outro caso em que Hitler intercedeu por um judeu: o médico de sua mãe, Eduard Bloch, da cidade austríaca de Linz, que até sua emigração, em 1940, teria estado sob a proteção do ditador.
(Com agência EFE)