Hillary violou normas ao usar e-mail pessoal quando era secretária de Estado, diz relatório
O documento afirma que Hillary não tinha aprovação legal para usar um servidor de e-mail privado por causa dos "riscos de segurança" que isso acarretaria
Um documento elaborado por um órgão regulatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos e divulgado nesta quarta-feira criticou a pré-candidata democrata Hillary Clinton por violar as normas de comunicação do órgão ao enviar mensagens por meio de seu e-mail pessoal enquanto exercia a função de secretária de Estado, entre 2009 e 2013. O relatório concluiu que Hillary não tinha aprovação legal para usar um servidor de e-mail privado e que o departamento não teria dado a autorização por causa dos “riscos de segurança” que isso acarretaria.
Segundo o inspetor geral do Departamento de Estado dos EUA, os problemas eram “sistêmicos” e “se estenderam além do mandato”. A investigação avaliou as práticas de comunicações e de arquivamento de documentos desde Madeleine Albraight (1997-2001), mas é especialmente crítica a Hillary pelo fato da ex-primeira-dama não ter guardado cópias e registros para o governo federal, que por lei detém essas comunicações oficiais.
“A secretária Clinton deveria ter entregue todos seus e-mails relacionados com assuntos do Departamento de Estado antes de deixar de servir ao governo. Ao não tê-lo feito, não cumpriu com as normas”, resumiu o relatório, divulgado pelo site Politico e pelo jornal The Washington Post. O inspetor geral do órgão disse ao jornal americano que a prática de Hillary de usar email privado para assuntos públicos não foi “um método apropriado” de preservação de documentos.
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A pré-candidata democrata à presidência dos EUA afirmou que o uso do servidor privado durante o período em que exerceu o cargo de secretária de Estado ocorreu porque era mais prático e simples utilizá-lo do que o endereço oficial do órgão. Hillary reiterou que não queria fugir do controle federal de suas comunicações e que enviou 30.000 cópias de seus e-mails ao Departamento de Estado.
Segundo o relatório, até 2.000 mensagens no servidor privado de Hillary estavam marcadas como sigilosas, o que eleva as dúvidas se essas informações ficaram vulneráveis a ataques de hackers.
O documento do Departamento de Estado americano afirma ainda que Hillary e seus assessores mais imediatos não colaboraram com a investigação sobre o caso.O uso dos e-mails pela ex-secretária de Estado também está sendo investigado pelo FBI, que pode chamá-la a depor sobre o caso.
O relatório interno do Departamento de Estado conhecido hoje será enviado ao Congresso para determinar que ações serão necessárias para apurar as responsabilidades e evitar que as práticas se repitam.
(Com EFE)