Cairo, 14 jul (EFE).- A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reafirmou neste sábado o apoio dos Estados Unidos a uma transição ‘completa’ no Egito e apostou em que os egípcios resolvam suas questões pendentes por si.
Depois de se reunir com o novo presidente egípcio, o islamita Mohammed Mursi, Hillary defendeu, em entrevista coletiva, um diálogo bilateral ‘construtivo’ e manifestou o compromisso americano de contribuir economicamente com a estabilidade do Egito.
Na presença do ministro egípcio de Relações Exteriores, Mohammed Amr, a chefe da diplomacia americana pediu a Mursi que respeite os direitos de todos os cidadãos, incluindo as mulheres e as minorias.
Além disso, apelou ao líder que trabalhe para definir a futura Constituição e a formação do Parlamento, dois assuntos ainda pendentes após uma série de decisões polêmicas.
Em relação à luta pelo poder entre as forças islamitas e a junta militar, Hillary insistiu que os egípcios devem resolver suas próprias divergências, apesar de opinar que o papel dos militares deve se limitar à segurança nacional.
‘A democracia é um processo duro que requer diálogo, compromisso e uma política prática. Continuaremos apoiando a decisão dos egípcios da melhor forma possível’, enfatizou a secretária de Estado.
A americana também recomendou ao Egito a respeitar o Tratado de Paz assinado com Israel em 1978 para garantir a tranquilidade e a segurança na região, já que – afirmou – o documento representou ‘grandes benefícios para o Egito’. Em virtude do acordo, os Estados Unidos proporcionam todo ano uma ajuda militar de US$ 1,3 bilhão ao país.
No âmbito econômico, Hillary prometeu um pacote de US$ 1 bilhão de dólares para perdoar a dívida do Egito e ajudar o país a superar suas dificuldades financeiras.
Além disso, mostrou seu compromisso em apoiar o Egito em sua relação com os países doadores e instituições financeiras internacionais, e destacou que os EUA estão preparando um crédito de US$ 250 milhões para fomentar pequenas e médias empresas no país árabe.
A representante americana acrescentou que está sendo concluído um fundo empresarial egípcio-americano com uma quantidade inicial de US$ 60 milhões que servirá para promover investimentos no país.
O ministro egípcio de Exteriores, por sua vez, afirmou que Mursi se comprometeu a respeitar os acordos e pactos internacionais enquanto a outra parte também os cumprir, em alusão indireta a Israel.
Amr ressaltou que o Egito apoia o direito do povo palestino a um Estado independente, ao que Hillary respondeu dizendo que as facções palestinas deveriam determinar seu compromisso para negociar e abandonar suas divergências. EFE