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Hezbollah vence eleição parlamentar no Líbano

O atual primeiro-ministro, Saad Hariri, deverá ser reconduzido, sustentado pela conquista da maioria do bloco sunita na Assembleia

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 7 Maio 2018, 15h17 - Publicado em 7 Maio 2018, 15h08
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    O Hezbollah e seus aliados xiitas saíram vitoriosos da eleição legislativa do Líbano, no último domingo (6), apontam as pesquisas. O resultado oficial, ainda não anunciado, tenderá a impor maiores desafios para o governo do atual primeiro-ministro, o sunita Saad Hariri, cuja orientação política se confronta com a do grupo militar xiita e resiste à influência do Irã no país.

    Mesmo com o apoio apenas do bloco sunita, Hariri, será reconduzido, devido à histórica divisão étnico-religiosa dos mais altos cargos do Executivo e do Legislativo adotada pelo Líbano. A presidência cabe sempre a um cristão maronita, o  cargo de primeiro-ministro é reservado a políticos sunitas, e a presidência da Assembleia Nacional, a um xiita.

    O partido de Hariri, Corrente do Futuro, perdeu 12 cadeiras na Assembleia Nacional e agora terá apenas 21 deputados. Em entrevista coletiva em Beirute, Hariri admitiu que seu grupo esperava resultados melhores para formar uma coalizão majoritária na qual haveria mais membros cristãos e xiitas, dentro da corrente dominada por sunitas.

    “Isto não é o fim do mundo”, disse Hariri.

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    Os dados revelados por Hariri são os primeiros resultados anunciados hoje pelas formações políticas que concorrem no pleito, enquanto a imprensa local aponta que o partido xiita Hezbollah – aliado de Irã e Síria – teria conseguido o maior número de cadeiras no parlamento, que conta com 128 deputados (64 cristãos e 64 muçulmanos).

    Até agora, o partido Corrente do Futuro, apoiado pela Arábia Saudita, era a principal força na Câmara dos Deputados, desde as últimas eleições, que aconteceram em 2009.

    Nos últimos nove anos, o parlamento libanês prolongou seu mandato em três ocasiões devido à instabilidade política gerada no país pela guerra na vizinha Síria. EFE

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    Primeira votação desde 2009, a eleição de domingo foi marcada por uma ampla abstenção. Segundo o Ministério do Interior, responsável pela organização do pleito, apelas 49,2% dos eleitores registrados compareceram às seções eleitorais. O porcentual é menor do que o registrado há nove anos, de 54%.

    Para Hariri, a baixa participação do eleitorado deveu-se à mudança da lei eleitoral, que seguiu pela primeira vez um sistema proporcional e permiu o voto de libaneses residentes no exterior. “As pessoas não entenderam a mudança”, afirmou.

    Resultados extraoficiais apontam para a conquista de 67 das 128 cadeiras pelo Hezbollah e seus aliados, entre os quais o movimento Amal. Mas, segundo o jornal Financial Times, o grupo xiita não alcançou os dois terços necessários para realizar reformas constitucionais. Entre elas, as divisões sectárias no Poder Legislativo, que destinam metade das cadeiras aos cristãos maronitas e a outra metade, para os muçulmanos.

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    Manifestantes protestaram hoje em frente ao Ministério do Interior do Líbano, no centro de Beirute, contra supostas fraudes nas eleições parlamentares. A candidata Yumana Haddad, do partido independente Kuluna Watani (Todos pela Pátria), afirmou ter perdido sua vaga no parlamento porque algumas urnas teriam sido extraviadas.

    “(Nuhad) Machunuk, diga a verdade: houve fraude ou não?”, cantavam os manifestantes, citando o nome do ministro do Interior.

    “Ontem anunciaram que o Kuluna Watani havia levado duas cadeiras: Paula Yacubian e eu. Hoje, ao acordarmos, nos disseram que perderam urnas e que só uma de nós foi eleita”, afirmou a candidata prejudicada em entrevista à Agência Efe. “Não aceitaremos, não nos calaremos e continuaremos lutando até o fim”, disse a candidata.

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    O Ministério do Interior contestou as informações, afirmando que só se pronunciará quando os resultados oficiais forem divulgados pelas autoridades responsáveis. Por esse mesmo motivo, o órgão disse não poder falar sobre o caso de Yumana Haddad.

     

    (Com EFE)

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