Hezbollah diz que quatro membros foram mortos em ataque israelense
Um dos combatentes seria líder local do grupo libanês aliado do Hamas e apoiado pelo governo iraniano; aumentam temores de eclosão de guerra regional
O Hezbollah, grupo radical libanês aliado do Hamas e apoiado pelo governo iraniano, afirmou nesta quinta-feira, 4, que quatro de seus combatentes, incluindo um líder local, foram mortos devido a um ataque de Israel no sul do Líbano. Segundo a mídia estatal libanesa, os disparos de Tel Aviv tinham como alvo a cidade de Naqura, que fica na fronteira entre as duas nações.
A agência de notícias AFP reportou que o Hezbollah disse em comunicado que os quatro combatentes foram mortos “no caminho para Jerusalém” – uma frase usada, desde o início da guerra na Faixa de Gaza, entre Israel e o Hamas, para anunciar que seus membros foram abatidos por ataques israelenses.
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Mais mortes
O grupo não deu mais detalhes, mas uma fonte próxima do Hezbollah disse à AFP que os quatro foram mortos em Naqura, perto da fronteira com Israel, acrescentando que um deles era o líder local do movimento.
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A National, agência de notícias oficial do Líbano, disse que aeronaves israelenses “realizaram ataques no centro de Naqura, que destruíram uma casa e danificaram casas vizinhas”.
O grupo libanês também havia anunciado na quarta-feira que outros cinco de seus combatentes morreram no sul do Líbano.
Alta tensão
As mortes ocorreram não apenas em meio a repetidas trocas de tiros entre as forças de Tel Aviv e o Hezbollah, mas também em paralelo a um aumento de tensões generalizado em torno da guerra Israel-Hamas.
Rebeldes de etnia houthi, do Iêmen, que desde 2014 travam uma guerra civil contra o governo oficial, intensificaram ataques e sabotagens contra navios no Mar Vermelho que aportariam em Israel, como forma de apoiar o Hamas na guerra.
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Na terça-feira 2, o número 2 da ala política do Hamas foi assassinado em Beirute, capital libanesa, aumentando ainda mais a animosidade na fronteira norte de Israel. No dia seguinte, um atentado terrorista no Irã deixou mais de 100 mortos durante uma cerimônia que marcava o aniversário de morte de Qassem Soleimani, general assassinado pelos Estados Unidos em 2020.
Todos esses acontecimentos, mais do que nunca, ameaçam fazer a guerra em Gaza transbordar para o resto do Oriente Médio.