Hamas restringe a entrada de jornalistas na Faixa de Gaza
A novidade também dificultará o acesso de trabalhadores humanitários ao local
O movimento islâmico Hamas exigirá dos estrangeiros uma permissão especial para trabalhar na Faixa de Gaza, algo que não era necessário até o momento e que dificultará o acesso de jornalistas e trabalhadores humanitários. O governo do Hamas em Gaza informou nesta segunda-feira em seu site que os repórteres não-palestinos que quiserem visitar o local devem solicitar uma permissão ao Ministério do Interior uma semana antes de chegar.
Quem desejar ficar no território por mais de uma semana deverá pedir um visto ao Ministério das Relações Exteriores, que terá validade de um mês. As medidas, que entrarão em vigor na terça-feira, afetarão também os demais estrangeiros que quiserem visitar Gaza. Segundo as autoridades islâmicas, as regras foram introduzidas para “garantir a estadia dos estrangeiros no local e facilitar seu trabalho”.
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O Ministério garante que considera “muito importante” o papel dos visitantes estrangeiros na Faixa de Gaza para apoiar a causa palestina em todos os níveis – seja social, econômico e midiático – e também para mostrar o sofrimento dos moradores pelos cinco anos de bloqueio.
As novas regras representarão mais um impedimento para o acesso de estrangeiros ao território litorâneo palestino, que serão obrigados a pedir permissões especiais ao governo israelense, que controla todos os acessos fronteiriços, exceto o de Rafah, situado ao sul da Faixa, na divisa com o Egito. As medidas podem dificultar também o acesso à informação, já que os jornalistas serão obrigados a esperar uma semana para poderem trabalhar na região.
Morte – Um civil palestino morreu nesta segunda-feira no norte da Faixa de Gaza. De acordo com fontes médicas palestinas, a morte foi causada por fogo israelense, mas fontes militares israelenses afirmam que o motivo foi a explosão de uma bomba que ele estava manipulando. O porta-voz dos serviços de emergência em Gaza, Adham Abu Selmiya, informou que o homem morreu por impacto de estilhaços de uma bomba lançada por uma patrulha militar israelense perto da divisa.
Os serviços de emergência transferiram o corpo, que ainda não foi identificado, ao hospital de Kamal Adwan, no norte da faixa, indicou o funcionário palestino. Já um porta-voz do escritório de informação do Exército israelense afirmou à agência EFE que,segundo as primeiras investigações, dois suspeitos estavam colocando uma bomba junto à cerca de segurança, quando ela explodiu e matou um deles.
“Este é outro exemplo de organizações terroristas que utilizam a zona adjacente à cerca de segurança para promover ataques terroristas”, disse o porta-voz militar, que acrescentou que as Forças de Defesa de Israel “responsabilizam o Hamas” por estes atos, mesmo que sejam realizados por outras milícias palestinas.
(Com agência EFE)