O Hamas respondeu a um plano de cessar-fogo de Israel, apoiado pelos Estados Unidos, na madrugada desta quarta-feira, 7, com uma contraproposta estabelecendo termos para alcançar um fim permanente da guerra. É quase certo que suas condições, que incluem a retirada completa dos soldados israelenses da Faixa de Gaza, sejam rejeitadas por Tel Aviv. Ainda assim, mediadores enxergaram o posicionamento de forma positiva, ao passo que demonstra disposição do grupo terrorista em retornar à mesa de negociações.
Por meio de mediadores do Catar e do Egito, o Hamas apresentou uma proposta que inclui a troca dos reféns israelenses capturados em 7 de outubro por 1.500 prisioneiros palestinos, garantias para a reconstrução de Gaza, um plano para a retirada completa das forças israelenses do enclave e a troca de corpos e restos mortais, de acordo com um rascunho do documento visto pela agência de notícias Reuters. O plano prevê três fases de trégua, de 45 dias cada.
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Foi uma resposta ao plano apresentado por Israel há duas semanas, depois de ser negociado com mediadores do Catar, Egito e Estados Unidos em Paris, para um cessar-fogo de seis semanas e a libertação, em fases, dos estimados 130 reféns ainda detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos sob encarcerados em território israelense.
A proposta do Hamas
Entre os termos apresentados pelo grupo palestino, estão:
- Todas as mulheres reféns israelenses, bem como os homens com menos de 19 anos e idosos e doentes, seriam libertados durante a primeira fase de 45 dias, em troca de mulheres e crianças palestinas presas em Israel;
- Os outros reféns do sexo masculino seriam libertados durante a segunda fase, também de 45 dias;
- Os corpos e restos mortais seriam trocados na terceira fase da trégua. No final deste terceiro bloco de 45 dias, o Hamas disse esperar que ambos os lados tivessem chegado a um acordo sobre o fim da guerra;
- A trégua também prevê um aumento do fluxo de alimentos e outros insumos básicos para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza.
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Reações
Israel ainda não comentou oficialmente os detalhes da contraproposta do Hamas. No entanto, a mídia local, citando fontes anônimas, afirmaram que as exigências eram extensas demais e receberiam um “não inicial”. Um alto funcionário do governo disse ao Canal 12, maior emissora do país, que os termos do Hamas significam que os militantes “se recusam em negociar”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também criticou o plano do grupo terrorista
“Houve uma resposta do Hamas, mas parece ser um pouco exagerada… Há negociações contínuas neste momento”, disse ele.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enfatizou repetidamente que a guerra não será encerrada até que haja uma “vitória total” sobre o Hamas.
Impasses
Um grande ponto de discordância nas negociações é quantos e quais palestinos serão libertados em troca dos reféns israelenses.
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No cessar-fogo de novembro, o único desde o início da guerra, que durou uma semana, 110 reféns foram libertados por 240 prisioneiros palestinos, na sua maioria mulheres e crianças detidas por delitos pequenos, ou que sequer foram acusados. O Hamas quer que uma nova lista inclua, agora, militantes que cumprem penas de prisão perpétua.
Ambos os lados culpam o outro pelo fracasso em fazer um novo acordo de cessar-fogo.