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‘Há vida após a morte’, disse ex-presidente do Peru em última entrevista

Alan García, que se matou após receber voz de prisão nesta quarta, declarou que denúncias contra ele eram 'especulações'

Por Diego Freire Atualizado em 18 abr 2019, 05h12 - Publicado em 18 abr 2019, 02h26
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  • Um dia antes de cometer suicídio ao receber uma ordem de prisão, o ex-presidente peruano Alan García declarou acreditar na vida após a morte e enfatizou que tinha “um espaço na história do Peru”. García, de 69 anos, que era acusado de receber propina da construtora brasileira Odebrecht., atirou contra a própria cabeça nesta quarta-feira 17, quando policiais chegaram a sua residência para executar um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça peruana.

    Naquela que é considerada a sua última entrevista, o ex-presidente se declarou inocente das acusações para o jornalista Carlos Villarreal, da rede peruana RPP.

    “Tudo é especulação e com especulações se pode tirar uma pessoa de sua liberdade”, afirmou García.

    Em dado momento de sua defesa ao jornalista, o ex-presidente comentou o seu lugar na história e falou sobre a morte.

    “Eu confio na história, sou cristão, acredito na vida após a morte, acredito na história. E se você me permite, eu acredito em ter um pequeno lugar na história do Peru “, disse.

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    “Se o país se convencer de que tenho algo para pagar, é a (vontade da) pátria. Assim como eu servi e fiz as coisas por ela, não estou aqui para resmungar e odiar”, acrescentou o ex-mandatário.

    O político exerceu o cargo de presidente do Peru por duas vezes: a primeira entre 1985 e 1990, e a segunda, de 2006 a 2011. Ele era líder do Partido Aprista Peruano, de centro-esquerda.

    Segundo o jornal peruano El Comercio, a Divisão de Investigação de Delitos de Alta Complexidade executava uma operação para prender vários políticos ligados à empreiteira. Os agentes entraram na residência do ex-presidente às 6h25 no horário local (8h25 no horário de Brasília), poucos minutos depois de a Justiça expedir o mandado da prisão preventiva de dez dias. Ao ser avisado da detenção, o político peruano pediu alguns minutos para falar com seus advogados. Pouco depois, escutou-se um disparo.

    García foi transferido para o hospital Casimiro Ulloa, também na capital peruana, mas não resistiu aos ferimentos.

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