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Guterres: ‘Anexação de regiões da Ucrânia pela Rússia viola carta da ONU’

Anúncio formal envolvendo regiões separatistas deve ser feito na próxima sexta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin

Por Da Redação 29 set 2022, 18h41
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  • O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou nesta quinta-feira, 29, o anúncio do governo da Rússia sobre a anexação das regiões ucranianas separatistas de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk. O anúncio formal será feito na próxima sexta-feira pelo presidente Vladimir Putin

    Em fala a repórteres, Guterres chamou a atenção para o perigo do momento e ressalta que, como chefe da ONU, “tem o dever de defender a Carta das Nações Unidas”. 

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    “Declarar qualquer anexação do território de um Estado por outro Estado resultante da ameaça ou uso da força é uma violação dos princípios da Carta da ONU e do direito internacional”, disse. “Qualquer decisão de prosseguir com a anexação dessas regiões não teria valor legal e merece ser condenada”. 

    O chefe da ONU enfatizou que, por ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, a Rússia tem uma responsabilidade particular de respeitar a Carta. A entidade e grande parte da comunidade internacional consideram o movimento de anexação uma medida irregular que “ferem os princípios e propósitos das Nações Unidas”. 

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    Para Guterres, os referendos das regiões ocupadas foram realizados durante o conflito armado ativo, em áreas sob ocupação russa e fora do quadro legal e constitucional da Ucrânia. Dessa forma, ele pediu ao governo russo que recue da atual posição, uma vez que essas consultas “não podem ser chamadas de expressão genuína da vontade popular”. 

    + União Europeia propõe oitava rodada de sanções contra Rússia

    Autoridades locais apoiadas pelo Kremlin disseram ter realizado os referendos ao longo dos últimos cinco dias nas regiões separatistas, que representam cerca de 15% de todo o território ucraniano. 

    De acordo com relatos de moradores que deixaram as províncias nos últimos dias, pessoas foram forçadas pelo Exército russo a votar a favor da anexação sob a mira de armas. Em resposta, o governo russo diz que a votação ocorreu de acordo com as leis internacionais e que houve grande participação. 

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    A anexação das quatro regiões separatistas faz parte de uma enorme estratégia de escalada anunciada por Putin na última semana, que se complementa com a mobilização parcial e a fala sobre armas nucleares que, segundo ele, não se trata de um blefe. 

    + Rússia declara vitória em referendos ‘ilegais’ na Ucrânia

    Especialistas apontam que o movimento pode trazer uma nova dinâmica para a guerra, uma vez que a legislação russa prevê o uso de armas nucleares contra países que atacarem diretamente algum território do país. 

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