O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que esteve em greve de fome por 135 dias para pedir a liberdade dos presos políticos doentes, recebeu alta nesta quinta-feira do hospital da cidade de Santa Clara. Fariñas disse que volta para casa “cético” sobre a libertação dos presos políticos e com a intenção de escrever muito.
Por telefone, o jornalista e psicólogo de 48 anos falou à agência de notícias France Presse: “Estou reunido com os médicos, eles estão me indicando os detalhes do tratamento que devo seguir, mas já assinaram o papel de alta e vou para a casa”. Fariñas também disse que recebeu muita solidariedade e afirmou que seu projeto agora é “começar a escrever artigos o quanto antes.”
O cubano, que passou a maior parte de seu protesto na terapia intensiva, despediu-se e fotografou os médicos que o atenderam, dos quais destacou o profissionalismo. Seu protesto teve início em 24 de fevereiro, para exigir a libertação de 26 prisioneiros políticos doentes, um dia após a morte do preso Orlando Zapata, que também ficou sem comer por 85 dias.
Em 11 de março, Fariñas foi internado depois de um choque hipoglicêmico. Ele chegou a declarar que sua morte era iminente e que os culpados eram os irmãos Castro. Em 8 de julho, um dia depois da Igreja Católica de Cuba anunciar a libertação de 52 presos políticos, ele encerrou a greve.
(Com agência France-Presse)