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Guaidó acusa Maduro de oferecer abrigo a general renegado da Líbia

Segundo o opositor, Khalifa Hafter chegou à Venezuela no domingo, após sucessivas derrotas na guerra civil na África

Por Da Redação
Atualizado em 9 jun 2020, 16h00 - Publicado em 9 jun 2020, 15h58

O autointitulado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou na segunda-feira 8 que um avião líbio pousou no país no dia anterior com a ajuda do presidente Nicolás Maduro. Segundo Guaidó, a aeronave transportava o general renegado Khalifa Hafter, que desde a queda do ditador Muammar Khadafi, em 2011, tenta tomar o poder do governo internacionalmente reconhecido. Hafter, no entanto, sofreu sucessivas derrotas militares em seu país, enquanto o Exército de Tripoli se prepara para tomar a última região rebelde no leste do território.

A denuncia de Guaidó foi realizada durante uma videoconferência da Organização dos Estados Americanos (OEA) com parlamentares de 15 países da América do Sul. O presidente interino, cujo paradeiro é desconhecido – na semana passada, a França negou que estivesse escondendo o político em sua embaixada em Caracas – não forneceu prova alguma de sua acusação, mas afirmou que o regime de Maduro financia “direta e indiretamente” o terrorismo mundial com a extração ilegal de ouro.

A equipe de Guaidó na Assembléia Nacional, da qual ele é presidente, emitiu uma nota sobre a suposta presença de Hafter no país. “Neste domingo, 7 de junho, o chefe do autoproclamado Exército Nacional Líbio (LNA), Khalifa Hafter, chegou à Venezuela”, afirmou o gabinete.

Outros beneficiários desse dinheiro seriam o grupo guerrilheiro colombiano Exército de Libertação Nacional e os dissidentes das FARC. Guaidó afirma que o objetivo do líder chavista é gerar instabilidade na região.

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O governo brasileiro também acusa Maduro de financiar e abrigar grupos terroristas. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro disse que “tudo que há de ruim está na Venezuela” e afirmou que o país mantinha em segurança células do braço armado do Hezbollah – grupo que é um partido político no Líbano, mas que tem sua atuação armada voltada contra Israel – no país.

A Guerra na Líbia

Nos últimos dias, o general renegado teve de se retirar do cerco que fazia a capital Tripoli, uma vez que as tropas do Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido internacionalmente, tomaram o controle de uma vasta área ao redor da cidade. Agora, a GNA mira na região de Tarhuna, o último enclave do Exército de Hafter.

A tentativa de captura da capital por Hafter teve início em abril de 2019, dias antes de as Nações Unidas começarem a negociar um cessar-fogo. Hafter é apoiado pela Rússia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Arábia Saudita e França em menor grau, enquanto a GNA recebe dinheiro e treinamento da Turquia, que envia mercenários sírios para lutarem no país – movimento que enfraqueceu as linhas de defesa dos rebeldes na Síria abrindo margem para as forças de Damasco retomarem grandes porções territoriais.

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Após as sucessivas derrotas ao longo da última semana, o presidente do Egito, Abdul Al-Sisi, disse na segunda que o general renegado apoia um cessar-fogo com a GNA, enquanto as tropas governistas indicaram que pretendem lançar uma última ofensiva contra o Exército do general renegado o mais cedo possível.

A Líbia vive uma guerra civil desde que o antigo ditador Muammar Khadafi foi derrubado por opositores que tiveram a ajuda da força-aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), autorizada a atuar pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas – a abstenção brasileira, que na época ocupava o cargo de membro rotativo no Conselho, foi vista como um apoio moderado –, sob o pretexto de proteger a população civil do Exército de Khadafi em 2010. A resolução 1.973 foi a primeira em que a ONU autorizou o uso da força contra um Estado. Pouco depois, o Brasil condenou a intervenção e disse que a resolução não estava sendo usada para proteger os civis, mas para forçar a mudança de regime.

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