Greta Thunberg recebe multa por protesto ambiental na Suécia
Segundo autoridades locais, a ativista não obedeceu ordens policiais e bloqueou o acesso de caminhões de petróleo a um porto sueco
A ativista ambiental Greta Thunberg foi multada nesta segunda-feira, 24, sob acusação de desobedecer a uma ordem policial para deixar o local de um protesto no porto sueco de Malmö, no mês passado. A jovem de 20 anos fazia parte de um grupo de manifestantes que bloqueou a estrada de acesso dos caminhões de petróleo ao porto.
Durante uma breve audiência, Thunberg criticou a acusação e discursou ao tribunal.
“Minhas ações são justificáveis”, disse a ativista. “Acredito que estamos em uma emergência que ameaça a vida, a saúde e a propriedade. É certo que eu estava naquele local naquele dia, e é certo que recebi uma ordem que não dei ouvidos, mas quero negar o crime.”
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Porém, o tribunal de Malmö a considerou culpada e a multou em 2.500 coroas suecas, cerca de R$ 1.200.
A manifestação de julho foi organizada pelo grupo ativista Ta Tillbaka Framtiden (“Recupere o Futuro”, em tradução livre), que afirmou continuar determinado a enfrentar a indústria de combustíveis fósseis.
“Se o tribunal decidir ver nossa ação como um crime, pode fazer isso, mas sabemos que temos o direito de viver e a indústria de combustíveis fósseis se opõe a isso”, disse Irma Kjellstrom, porta-voz do grupo.
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Gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e a mudança climática, são liberados na atmosfera por atividades como a queima de combustíveis fósseis. Apesar disso, grande parte da indústria de petróleo e gás argumenta que seus produtos ainda são vitais para atender às demandas globais de energia. O setor é o principal alvo dos ativistas climáticos.
“Escolhemos não ser espectadores e, em vez disso, queremos parar fisicamente a infraestrutura de combustível fóssil. Estamos recuperando o futuro”, disse Thunberg nas redes sociais.
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Esta não é a primeira vez que a ativista tem problemas com a polícia. No início do ano, a jovem foi presa na Alemanha durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão.
Na época, imagens de policiais carregando Thunberg para longe do local da manifestação viralizaram nas redes e geraram revolta. Após ser detida brevemente e liberada, ela defendeu que “proteger o meio ambiente não é crime”.