Centenas de pessoas convocadas pelos sindicatos começaram a se reunir neste domingo no centro de Atenas para protestar contra as duras medidas de ajuste tomadas pela Grécia em troca de um segundo plano de resgate da zona do euro, necessário para evitar a quebra do país. O movimento acontece uma semana depois de violentas manifestações ocorridas na Grécia quando, no domingo passado, o Parlamento heleno adotou um acordo negociado com a “troika” de credores, que prevê um duro ajuste e a perda de parte da autonomia do país.
Também nessa ocasião, o sindicato do setor privado, GSEE, e o da função pública, Adedy, manifestaram-se para “lutar contra a austeridade” e protestar contra as “inaceitáveis exigências” da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE), que “violam os direitos trabalhistas”. Ante o Parlamento, há várias cartazes criticando as medidas adotadas pelo governo de coalizão grego. “O consenso nacional é um engano, a pobreza e a fome não têm nacionalidade”, lia-se em um cartaz.
A mobilização acontece um dia antes da reunião do Eurogrupo (ministros de Finanças da zona do euro), em Bruxelas, na qual deverá ser decidido o empréstimo de mais 130 bilhões de euros à Grécia, depois dos 110 bilhões concedidos em 2010. O novo empréstimo, somado ao perdão de 100 bilhões de euros em dívida grega por parte dos credores privados, deve ajudar a reduzir a colossal dívida grega, de 350 bilhões de euros (160% de seu PIB). Caso a ajuda não seja aprovada, Atenas deve declarar-se em moratória, já que no dia 20 de março o país terá pela frente seu próximo vencimento de dívida por 14,5 bilhões de euros.
(Com agência France-Presse)