Em uma sequência de três tuítes na manhã desta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que transgêneros não serão permitidos em qualquer função nas Forças Armadas do país.
Trump escreveu que consultou generais e especialistas sobre o tema para tomar a decisão. “Nosso exército deve ter como foco a vitória decisiva e esmagadora e não pode ter o peso dos tremendos custos médicos e disruptivos que transgêneros no exército gerariam”, escreveu.
A decisão vai de encontro às decisões do secretário de Defesa do governo Obama, Ashton Carter. Em junho de 2016, ele anunciou que o exército havia retirado a proibição de recrutamento de transgêneros, com o argumento de que as Forças Armadas devem poder dispor dos soldados mais qualificados, independentemente de sua orientação sexual. Carter afirmou que já haver transexuais em serviço – embora não abertamente – e que a profissão militar deve estar disponível a todos os americanos.
Na época, a liberação para transgêneros enfrentou resistências de oficiais de altos cargos, que expressaram preocupação com o que consideravam ser um “experimento social” que poderia atrapalhar a efetividade dos militares em combate.
Com a mudança na permissão, o Pentágono deverá cobrir os custos dos militares que optarem pela cirurgia de mudança de sexo e tratamentos hormonais, o que acontece com qualquer outro tipo de procedimento médico. Uma pesquisa concluiu que se o Exército não realizasse tais medidas, a maior parte dos oficiais não buscaria ajuda externa e os índices de suicídio e abuso de substâncias químicas seriam mais altos.
De acordo com o relatório, existem cerca de 2.450 transgêneros em atividade militar nos Estados Unidos e, a cada ano, cerca de 65 devem pedir para realizar cirurgia, o que custaria entre 2,9 e 4,2 milhões de dólares ao Exército. Anualmente, o serviço militar americano gasta em média 6 bilhões de dólares para fins médicos, 1% do orçamento de 610 bilhões.
(Com EFE)