Damasco, 23 jul (EFE).- O regime de Bashar Al Assad negou nesta segunda-feira que irá utilizar armas químicas dentro da Síria, e condicionou seu uso a uma eventual interferência de forças internacionais na região, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, Jihad Maqdisi.
‘Nenhuma arma química será utilizada na Síria, independente do que está acontecendo dentro do país’, disse Maqdisi, que descartou o uso desse tipo de armamento contra os grupos opositores armados no país.
‘Essas armas estão vigiadas e armazenadas e não serão empregadas a menos que a Síria seja exposta a uma agressão externa’, completou Maqdisi.
Além disso, o porta-voz classificou a última proposta da Liga Árabe, para que Assad renuncie ao poder, de ‘interferência flagrante’ nos assuntos internos da Síria.
O representante da chancelaria do país afirmou que o Executivo é a favor do diálogo político e que o povo sírio é o ‘soberano de si mesmo. A população é quem decide tirar governos ou presidentes, mas através das urnas’.
Maqdisi confirmou que a cúpula do país aprova o plano de Kofi Annan. ‘Nós aceitamos o processo político contemplado no plano de Kofi Annan’, disse em referência à iniciativa de paz do mediador internacional, que estabelece, entre outros pontos, o início do diálogo entre o regime e a oposição.
Na noite de domingo, os chefes da diplomacia árabe pediram que Assad renuncie ao poder e que os opositores sírios, incluídos os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS), formem um governo de transição.
A reunião dos ministros árabes, que contou com a presença do secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, e representantes da oposição síria, foi marcada em caráter de urgência após uma escalada da violência na Síria.
Os combates entre as tropas governamentais e a oposição armada se intensificaram nos últimos dias e se expandiram para as cidades de Damasco e Aleppo.
Além dos avanços no terreno, os insurgentes protagonizaram na semana passada o maior golpe contra o regime sírio desde o início da rebelião, em março de 2011.
Devido a um atentado, o ministro da Defesa, Dawoud Rajiha, o vice-ministro do departamento e cunhado de Assad, Assef Shawkat, e o assistente presidencial Hassan Turkmani morreram, enquanto o general Hisham Ijtiar, chefe da Segurança Nacional, morreu dois dias depois por conta dos ferimentos sofridos pela explosão. EFE