Genebra, 8 mai (EFE).- Com um representante do Ministério de Esportes, o Governo participará a partir de agora do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 para fazer um melhor acompanhamento dos preparativos para o evento que será realizado em pouco mais de dois anos.
A medida foi anunciada nesta terça-feira após a reunião de seis horas mantida na sede da Fifa, em Zurique, pelo presidente da entidade, Joseph Blatter, o secretário-geral, Jerome Valcke, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente do Comitê Organizador Local e da CBF, José Maria Marín.
‘Incluiremos um membro do Governo, do Ministério do Esporte, no COL. Estabeleceremos um grupo de trabalho para controlar e fazer um acompanhamento das soluções técnicas, relativas às decisões do Governo (sobre os preparativos do Mundial), de modo que seja, cumpridas com rapidez e no prazo’, declarou Rebelo.
O objetivo da medida é coordenar com maior eficiência os trabalhos do COL (com supervisão governamental), e da Fifa, que se reunirão no Brasil a cada oito semanas para fazer um balanço do andamento dos preparativos da Copa.
As denúncias de corrupção, que derrubaram o ex-ministro Orlando Silva, e a preocupação com o ritmo das obras levaram a entidade máxima do futebol a convocar a reunião em Zurique.
‘Vamos começar um tempo novo na organização desta Copa. Temos que olhar para frente e não para trás. Convido não só o Governo, mas também o Legislativo a olhar para frente e a ser solidário em benefício da Copa’, pediu Blatter.
O presidente da Fifa explicou que a partir de agora haverá dois elementos principais na organização da Copa: o Ministério do Esporte e o secretário-geral da Fifa, com a ajuda do presidente do Comitê Organizador Local, que perde influência.
Rebelo não quis falar sobre o que aconteceu no Ministério antes de sua entrada e usou a Bíblia para dizer que não se deve olhar para trás.
‘Não se deve olhar atrás para não se transformar em estátua de sal. Houve erros e foram solucionados. Houve desvios do Mapa do Caminho, mas o importante é olhar para frente’, avaliou o ministro.
Já Valcke ressaltou que com a decisão de unificar e coordenar a tomada de decisões sobre o Mundial, Fifa, COL e Governo ‘falarão em uma só voz’.
Perguntado por que a medida não foi adotada desde o princípio, o secretário-geral da Fifa contestou: ‘na vida, às vezes tomamos as decisões erradas, ou em vez de tomá-las rapidamente, demoramos um pouco. Antes tarde do que nunca’. EFE