Forças de segurança do Iêmen dispararam nesta segunda-feira contra manifestantes e lançaram granadas propelidas por foguetes contra um prédio de escritórios, em meio à repressão a um protesto na cidade de Taiz, no sul do país. Quatro pessoas morreram, segundo testemunhas e médicos. Os ataques ocorreram um dia após manifestantes realizarem um novo ato em uma das principais vias da cidade e em meio ao aumento da tensão no país entre o contestado presidente Ali Abdullah Saleh e manifestantes que exigem sua saída.
As forças de segurança abriram fogo contra manifestantes e usaram jatos d’água e gás lacrimogêneo para dispersá-los, disseram testemunhas. O médico Sadeq al-Shujah afirmou que quatro militantes foram mortos e dezenas ficaram feridos. O estado de seis deles é grave.
As forças de segurança também perseguiram as pessoas que se escondiam em ruas laterais. Elas lançaram granadas contra um edifício de escritórios onde manifestantes estariam escondidos, disse o ativista Nouh al-Wafi. A explosão iniciou um incêndio, mas não há registros sobre mortes nesse local.
Histórico – O Iêmen enfrenta há quase três meses protestos exigindo a saída de Saleh. No poder há mais de três décadas, Saleh intensificou a repressão aos protestos e recusou uma oferta de mediação regional. Mais de 140 pessoas morreram desde o início das manifestações.
O acordo para Saleh renunciar, negociado pelo Conselho para a Cooperação do Golfo, parecia perto do sucesso há uma semana. O presidente, porém, recuou, dizendo que não assinaria o texto. O impasse ameaça piorar o quadro atual de instabilidade no Iêmen.
(Com agência Estado)