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Governo brasileiro cobra respostas da Nicarágua sobre morte de estudante

Brasil condena 'o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares' pelo regime de Daniel Ortega

Por Da Redação
Atualizado em 24 jul 2018, 19h17 - Publicado em 24 jul 2018, 18h40

O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão, afirmou nesta terça-feira 24 que o governo brasileiro está cobrando da Nicarágua uma investigação sobre a morte da estudante Raynéia Gabrielle Lima e a punição dos responsáveis.

A brasileira, de 31 anos, estava no sexto ano de Medicina na Universidade Americana (UAM), em Manágua, e morreu na noite de segunda-feira 23 após levar um tiro no peito dentro de seu próprio carro.

“Nós estamos cobrando do governo nicaraguense a apuração das responsabilidades pelo ocorrido e estamos também mobilizados para dar apoio à família e para lidar com essa situação trágica”, disse Galvão a jornalistas enquanto acompanhava o presidente Michel Temer em viagem ao México. “O Itamaraty está completamente mobilizado para tratar deste caso.”

A VEJA, a mãe de Raynéia, a aposentada Maria José da Costa, afirmou que ainda não foi contatada pelas autoridades diplomáticas brasileiras e que espera respostas sobre o que aconteceu.

Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro também condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança” na Nicarágua.

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“O governo brasileiro exorta as autoridades nicaraguenses a envidarem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo ato criminoso”, cobra o comunicado.

O assassinato ocorre em meio a uma crise política no país, instaurada desde abril, quando começaram as manifestações contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Daniel Ortega. O projeto foi abandonado, mas, mesmo assim, os protestos continuaram para pedir a renúncia do presidente.

Os últimos relatórios de organizações humanitárias locais e internacionais mostram que a repressão governamental aos protestos já deixou mais de 351 mortos, mas o número foi divulgado há duas semanas e já está desatualizado.

O caso

De acordo com a mãe de Raynéia, a estudante saiu do hospital onde fazia residência na noite de segunda e foi até a casa de uma amiga. No caminho de volta para sua casa, foi atingida por um tiro de grosso calibre e bateu o carro em seguida.

Ela estava sozinha em seu carro, mas seu namorado a acompanhava em seu próprio veículo logo atrás. Ele a levou para o Hospital Militar, mas a estudante não resistiu e morreu duas horas depois.

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Raynéia se mudou para a Nicarágua em 2013 com seu marido e os sogros. Ela se divorciou depois de aproximadamente 3 anos no país, segundo seu pai, Ridevando Pereira, explicou a Veja.

Os pais ficaram sabendo da morte da filha na manhã desta terça-feira 24, por meio dos ex-sogros.

“Desde então, entrei em desespero e só consigo chorar”, diz Maria José. “Ela tinha um sonho de ser médica, que agora acabou. Acabou o meu sonho também.”

Segundo a enfermeira aposentada, Raynéia voltaria ao Brasil assim que terminasse sua residência, em maio de 2019. “Minha filha era pacata, só estudava, estudava para salvar vidas. E agora tiraram a vida dela”, disse.

O reitor da UAM, Ernesto Medina, culpou grupos paramilitares pelo assassinato da estudante. Segundo ele, alguns membros do grupo armado estavam na noite de segunda nas redondezas de onde a estudante morava, ao sul da capital nicaraguense.

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“As forças paramilitares sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada, [enquanto] eles andam sequestrando e matando”, denunciou o reitor.

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