Forças especiais francesas prenderam Laurent Gbagbo, presidente em fim de mandato da Costa do Marfim, e o entregaram aos líderes da oposição, disse Toussaint Alain, um assessor de Gbagbo na França. A detenção de Gbagbo acontece uma semana depois da ofensiva lançada pelas forças de Alassane Ouattara, presidente eleito, apoiadas por Paris e pela ONU, para tirar do poder Gbagbo, que se recusava a reconhecer sua derrota nas urnas.
Um enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) à Costa do Marfim informou que Gbagbo está vivo e passa bem. Segundo ele, o ex-presidente será levado a julgamento. Após a prisão, o ministro de Interior da França, Claude Guéant, disse que a Costa do Marfim “poderá enfim conhecer a paz”.
As forças francesas teriam invadido a casa de Gbagbo em Abidjan, principal cidade do país em crise. Mais cedo, helicópteros franceses haviam atacado a residência oficial de Gbagbo, após as forças das Nações Unidas também bombardearem o local. O líder dos Jovens Patriotas, Blé Goudé, disse que a casa do presidente ficou “parcialmente destruída” depois dos últimos ataques.
Pronunciamento – O primeiro-ministro de Ouattara, Guillaume Soro, negou à emissora France 24 que as tropas francesas tivessem entrado na residência de Gbagbo e disse que se limitaram a impedir que suas forças disparassem com armamento pesado contra a população.
Soro se negou a confirmar, “por motivos de segurança”, se Gbagbo tinha sido trasladado ao Hotel Golf, residência provisória de Ouattara desde as eleições. O primeiro-ministro também pediu aos últimos simpatizantes de Gbagbo que abandonem sua luta.
Crise – A crise na região começou há mais de quatro meses, logo depois das eleições presidenciais de 28 de novembro, quando o candidato da oposição, Alassane Ouattara, foi reconhecido como presidente eleito. Gbagbo, no entanto, resiste a abrir mão do poder e transmitir o cargo. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), os combates estão cada vez mais violentos em Abidjã. Pelos dados do órgão, nos últimos dias, aproximadamente 2.000 pessoas da Costa do Marfim deixaram o país rumo a Gana – já são 7.200 refugiados na região. Além disso, 2.300 optaram pelo Togo como abrigo.
(Com agência Reuters, France Presse e EFE)