O furacão Michael alcançou os Estados Unidos nesta quarta-feira, 10, com ventos de 250 quilômetros por hora e prestes a atingir a categoria 5, a mais elevada em termos de poder de destruição e bem superior à do terrível Katrina, que arrasou Nova Orleans em 2005. Segundo o Centro Nacional de Furacões, Michael é o mais forte a passar pela Flórida nos últimos 150 anos.
A região de Panhandle, no Estado da Flórida, foi a primeira a sentir o impacto dessa tempestade tropical mortal. O furacão já deixou 192.000 residências e empresas sem energia elétrica. Mais de 300.000 pessoas atenderam ao chamado do governo estadual para que deixassem suas casas e estão agora abrigadas em albergues, segundo a Cruz Vermelha Americana. Mais 20.000 habitantes devem buscar abrigo nas próximas horas por causa das inundações e danos em suas casas.
“Estou morto de medo pelas pessoas que decidiram não fugir de suas casas. Esta tempestade é terrível”, afirmou o governador da Flórida, Rick Scott, pouco depois da chegada do furacão a Panhandle, pouco depois das 15 horas (horário de Brasília).
Em Panama City e na cidade de Apalachicola, as ruas estão inundadas, árvores foram derrubadas e os prédios são desafiados pelos ventos e pela chuva torrencial. Uma construção na praia de Panama City chegou a levantar-se no ar antes de colapsar. Sua cobertura metálica espatifou-se no estacionamento ao lado.
A imagem foi registrada por Marc Weinberg, meteorologista-chefe do WDRB em Louisville, Kentucky.
O jornal News Herald, em Panama City, informou que seus profissionais estão trabalhando sem internet e com energia de um gerador. “Os trovões estão sacudindo o prédio”, informou. Na estação de notícias WJHG/WECP, o repórter Tyler Allender relatou que seus colegas estavam se abrigando em um corredor no meio do prédio para fugir dos ventos.
Na escala Saffir-Simpson, o furacão Michael chegou à terra como um fenômeno de categoria 4, com ventos de até 250 quilômetros por hora. A categoria mais forte, de número 5, tem ventos a partir de 251 quilômetros por hora. Ciente desse aumento de poder de destruição, o governador Scott fez vários apelos à população da região de Panhandle para que deixasse o lugar, tomasse as precauções necessárias e buscasse abrigo em locais não atingidos pelo furacão.
![mapa-hurricane-michael](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/10/mapa-hurricane-michael.jpg?quality=70&strip=info&w=300)
Scott declarou estado de emergência na Flórida, que está recebendo fundos e apoio de agências federais. Cerca de 2.500 soldados da Guarda Nacional estão a postos na região de Panhandle para prestar socorro e atuar nas buscas e resgastes.
Os governos estaduais de Alabama e Georgia igualmente declararam emergência porque serão os próximos a ser atingidos pelo furacão Michael. A tempestade deve seguir em direção à costa sudeste americana e ingressar nos estados de Carolina do Sul e Carolina do Norte.
A Florida e a costa leste americana costumam ser atingidas pelas tempestades tropicais nesta época do ano, assim como o Caribe. Muitas delas se potencializam ao nível de furacões, quando os ventos têm velocidade superior a 11 quilômetros por hora. O último furacão a atingir os Estados Unidos foi o Florence, no fim de setembro, que chegou á Carolina do Norte com ventos de 144 quilômetros por hora- categoria 1. Deixou 42 mortos.
O Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (UNISDR) divulgou justamente hoje informação de que as perdas econômicas diretas provocadas por catástrofes naturais nos últimos vinte anos totalizaram 2,9 trilhões de dólares entre 1998 e 2017. Desse montante, 2,24 trilhões de dólares foram causados por desastres relacionados à mudança climática.
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![Tapumes de madeira e sacos de areia são colocados nas portas de estabelecimento comercial, antes da chegada do furacão Michael em Carrabelle, cidade localizada no estado americano da Flórida - 09/10/2018 Tapumes de madeira e sacos de areia são colocados nas portas de estabelecimento comercial, antes da chegada do furacão Michael em Carrabelle, cidade localizada no estado americano da Flórida - 09/10/2018](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/10/mundo-furacao-michael-20181009-0003.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Homens colocam tapumes de madeira em estabelecimento comercial, antes da passagem do furacão Michael em Destin, cidade localizada no estado americano da Flórida - 09/10/2018 Homens colocam tapumes de madeira em estabelecimento comercial, antes da passagem do furacão Michael em Destin, cidade localizada no estado americano da Flórida - 09/10/2018](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/10/mundo-furacao-michael-20181009-0004.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
O aquecimento global, provocado pelo aumento e acúmulo de emissões de gás carbônico, causa o aumento da frequência e da gravidade de eventos climáticos extremos, como são os furacões e as inundações. Os Estados Unidos abandonaram o Acordo de Paris sobre Mudança Climática, que traz compromissos de redução das emissões, no ano passado.
(Com AP)