Fukushima sofre quarto vazamento em uma semana

Tepco diz que está construindo às pressas mais tanques para água radioativa

Por Da Redação
11 abr 2013, 10h34

Reatores da usina nuclear de Fukushima Dai-ichi em 29 de dezembro de 2012 (Itsuo Inouye/AFP/VEJA)

A empresa que opera a central de Fukushima, no Japão, informou nesta quinta-feira um novo vazamento de água radioativa, desta vez em operações de bombeamento destinadas a esvaziar um tanque subterrâneo defeituoso. Este é o quarto vazamento anunciado pela Tokyo Electric Power (Tepco) em uma semana.

Entenda o caso

• Em 11 de março, um tsunami, que se seguiu a um terremoto de 9 graus de magnitude, devastou o nordeste do Japão, resultando na morte de 15.000 pessoas.
• O desastre natural atingiu a usina nuclear de Fukushima e deu origem à mais grave crise atômica desde Chernobyl, em 1986.
• A partir de então, o mundo todo passou na discutir a real necessidade da energia nuclear, com o temor de que uma nova catástrofe possa colocar o mundo em risco.

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A Tepco, que tenta recuperar o líquido, reconheceu na quarta-feira a gravidade dos vazamentos de água contaminada registrados nas últimas semanas e prometeu atuar para esvaziar os tanques defeituosos. “Informaram-nos de que é uma situação de emergência, e precisamos acelerar a construção dos tanques de água da forma como pudermos”, disse um funcionário da usina, pedindo anonimato. “Há muitos consertos improvisados. Estão andando na corda-bamba de uma gambiarra para outra”.

A água radioativa procede do resfriamento dos reatores danificados. É parcialmente descontaminada e reciclada para continuar esfriando o combustível, mas existe um excedente que ainda é muito radioativo e deve ser armazenado antes de passar a um segundo dispositivo para descontaminar, que atualmente está sendo examinado.

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Tanques – Em meio aos contínuos vazamentos, a Tepco anunciou nesta quinta-feira que está construindo às pressas mais tanques para armazenar água radiativa com segurança. Os funcionários da usina Fukushima Daiichi preencheram até agora mais de 80% do espaço disponível para armazenagem subterrânea, equivalente a 325 toneladas.

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Na quarta-feira, o presidente da Tepco, Naomi Hirose, disse que até o começo de junho a empresa elétrica vai transferir para tanques reforçados toda a água contaminada que está em poços improvisados. Atualmente, a empresa possui 933 tanques de aço reforçado, com capacidade de 1.100 toneladas. De um total de sete poços revestidos de cobertura plástica, cinco ainda contêm água tóxica.

Problemas recentes, incluindo dois apagões, alimentam as preocupações sobre a estabilidade de Fukushima, e põem em dúvida a capacidade da Tepco para desmontar a usina. O temor com a radiação também pode prejudicar as chances de que Tóquio seja escolhida como sede da Olimpíada de 2020.

(Com agências France-Presse e Reuters)