O presidente francês, François Hollande, solicitou nesta segunda-feira ao primeiro-ministro Manuel Valls a formação de um novo governo após a renúncia do gabinete atual. Os novos nomes do novo governo serão anunciados na terça-feira, informou a Presidência. “O chefe de Estado pediu a formação de uma equipe coerente com as orientações que ele mesmo definiu para o nosso país”, afirma o comunicado da presidência. Segundo o jornal Le Monde, Hollande vai promover mudanças em ministérios importantes, como o da Economia e o da Educação. Há também a possibilidade de alguns ministros serem mantidos, como o caso da ministra Ségolène Royal, à frente da pasta de Meio Ambiente e Energia.
A crise sobre a política econômica do governo abala a administração de Hollande. O ministro francês da Economia, Arnaud Montebourg, recebeu graves advertências da equipe de Valls por suas críticas ácidas à política econômica do governo. “Consideramos que ultrapassou uma linha amarela, na medida que um ministro da Economia não pode manifestar-se em tais condições sobre a política econômica do governo e sobre um sócio europeu como a Alemanha”, declarou à agência France-Presse um integrante da equipe de Valls que não quis se identificar. “O primeiro-ministro assumiu o comando na questão”, completou a fonte, que lançou dúvidas sobre a permanência de Montebourg no cargo.
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O ministro da economia disse que medidas para a redução de déficits implementadas depois da crise financeira de 2008 estavam paralisando as economias da zona do euro e pediu aos governos que mudem com urgência o curso, do contrário perderão votos para populistas ou extremistas de direita “Não podemos nos permitir ceder mais”, disse o ministro, conhecido pelas críticas que já provocaram problemas ao governo.
O presidente francês, François Hollande, pediu há apenas quatro meses a Valls que formasse um novo governo, mas o primeiro-ministro vinha tentando conciliar diferenças de visão política entre esquerdistas como Montebourg e membros mais centristas do governo liderado pelos socialistas.
(Com agências France-Presse e Reuters)